- Não ter saudades é não se sentir português
Maria Aldina com seu marido |
Numa entrevista à distância, via e-mail, “conversámos” com a nossa conterrânea emigrante, Maria Aldina de Oliveira Marçal Santos, radicada na Austrália. É assinante do nosso Timoneiro e sente, inevitavelmente, saudades dos seus familiares e amigos, residentes entre nós.
A Maria Aldina nasceu na Cale da Vila e é filha de Laurinda de Oliveira e de João Maria Marçal. Conheceu o seu futuro marido, Pedro Santos, quando ele, emigrante na África do Sul, veio a Portugal em 1971. Naquele país permaneceu até 1979. Depois surgiu a oportunidade da Austrália, onde reside com a família e amigos.
Como era a filha mais nova, nunca exerceu na Gafanha qualquer profissão porque “tinha de ajudar em casa" onde tirou “vários diplomas”. Na África do Sul trabalhou “num atelier de costura” e na Austrália “na Indústria hoteleira”. Presentemente está reformada.
Naquele país, a Aldina está integrada na Paróquia de Santa Teresa, participando nos eventos sociais e religiosos. Tem dois filhos, Pedro João, nascido na África, e Belinda, na Austrália. Sente-se orgulhosa dos seus filhos que frequentaram escolas onde se ensinava a Língua Portuguesa.
A nossa entrevistada sublinhou que sempre procuraram envolver-se em organizações de divulgação da cultura portuguesa, nomeadamente, no Rancho Folclórico Aldeias de Portugal, no Clube Português de Sydney e no Museu Etnográfico, entre outros. Ainda participa em eventos comunitários, apresentando comida e artes da nossa região.
A Aldina tem saudades de Portugal; “Não ter saudades é não se sentir português”, disse. E adiantou: “Sempre que nos é possível, viajamos para Portugal, porque é na Gafanha da Nazaré que “temos o nosso ninho, onde recebemos os amigos de várias partes do mundo”.
Maria Aldina recorda a sua experiência de emigrante: “Sair da casa dos pais aos 19 anos para encarar nova vida, conhecer novas culturas, aprender nova Língua, tudo para se poder defender dos desafios que aparecem, é muito difícil.” E ainda lembrou que é realmente importante o “safe-se como puder”.
Fernando Martins
Nota:Entrevista publicada no Timoneiro de Maio.