O confinamento, qualquer que ele seja, convida sempre saudade de tempos idos. Pensa-se no presente, conjugado no passado. Hoje, a minha saudosa mãe, Rosita Facica, saltou para a minha memória. Coisa normal, dirão os meus amigos. É certo. Contudo, há dias em que as recordações transportam mais expressão, mais cor, mais vida. Vêm com outra carga, inspiram desafios e até nos comovem.
E daí este poema da Aida Viegas para tornar a minha mãe mais real na minha alma. Se eu fosse poeta!...MÃE
É aquela que tem:
Esperança ilimitada
Fé que move montanhas
Luz que rompe as trevas
Força para virar o mundo
Energia sempre renovada
Enorme capacidade de sofrimento
Coragem de nunca desistir.
Firmeza na palavra.
Lucidez no pensamento
Discernimento na decisão
Amor sem limites.
Bravura à flor da pele
O sonho na palma da mão
A alma vestida de esperança
O sol guardado no bolso.
Na voz, melodia inexcedível
Doçura e perfume nos gestos
Ternura infinita no olhar.
O bálsamo num beijo
Calor revigorante no colo
A magia num afago
No abraço o perdão desmedido
Na palavra o estímulo
Ao seu redor, a paz.
Aida Viegas