Dia Nacional da Água
Celebra-se hoje, 1 de Outubro, o Dia Nacional da Água, bem precioso que urge preservar e poupar. Como assim? — perguntarão, entre nós, os menos dados à reflexão, que nunca sentiram o que é não ter água para o consumo diário. Saberão, porventura, por reportagens que chegam de muitos cantos do globo, que grupos de pessoas se deslocam com cântaros à cabeça para os encherem de água em princípio potável, longe das suas habitações, imensas vezes paupérrimas. Por cá, chega-nos canalizada a casa. Basta abrir a torneira e temos para beber, cozinhar, lavar e deixar correr para os canais de esgotos com a maior displicência, sem qualquer preocupação de evitar o excesso de consumo.
A verdade, dita por estudiosos e poupados, é que muita se perde, mas toda tem de ser paga no fim de cada mês. Eu sou do tempo em que se tirava água de um poço aberto no quintal. Depois vieram as bombas, mais tarde os motores e nunca nos faltou o precioso líquido. Para os mais exigentes, os gafanhões, homens e mulheres, iam à fonte nas dunas da mata da Gafanha. Abria-se uma cova e a água surgia a uns palmos, límpida, cristalina, porque, por perto, não havia culturas, nem currais de animais, nem nitreiras, nem lixos. Também por lá se lavava a roupa que se punha a corar ao sol sobre a areia branca.
Com a evolução dos tempos — concentração de pessoas, crescimento do comércio e indústrias, desperdícios, consumos desregrados, motores a poluírem o ambiente e descuidos de todo o tipo — o ar fica irrespirável e a água potável começa a rarear por todo o mundo. Temos mesmo de estar mais atentos ao que fazemos ou não fazemos em prol do futuro da humanidade.
F. M.