sábado, 22 de agosto de 2020

O gafanhão humanizou a duna




Frederico de Moura 
"Quem surriba chão de areia não encontra onde enterrar raízes de esperança e quem irriga duna virgem sabe que mija numa peneira! Quem lança a semente em ventre que é maninho não pode ter esperanças de fecundação. E, por isso, o Gafanhão, antes de cultivar a lomba, teve de corrigir-lhe a esterilidade servindo-se da Ria que lhe passa à ilharga, procurando nela a nata que amamentou a semente que deixou cair, amorosamente, naquele chão danado. E humanizou a duna.”

Frederico de Moura


Citado em “Gafanha da Nazaré – Escola e comunidade em mudança”


3 comentários:


  1. Um dos melhores(ler completo)-senão o melhor- texto sobre o milagre lagunar.Guardo-o como reliquia.Um dia ouvi o Torga dizer :Este FRederico se trabalhasse, como eu, a escrita era um escritor que eu leria diariamente.
    De facto a escrita de Frederico de Moura,dura,logo a seguir afeiçoada,forte e lúcida,penetra e impressiona.Intelectual de uma cultura invulgar.E para mim,acima de tudo um Amigo.Senos da Fonseca

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  2. Talvez a melhor definição da transformação das areias da Gafanha em prados, deu realmente muito trabalho, muito obrigado.
    Frederico Moura era um vaguense, não era?
    Humberto Vieira

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  3. Meu Caro


    Diga aí ao amigo Vieira que Frederico de MOura era nascido e criado em ìlhavo.Certo é ter exercido medicina ,dezenas de anos em Vagos.É certo Ílhavo se calhar também não o sabe.Mas tem a Rua Tenente Valadim....

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