Estou a criar o hábito da sesta. Se o corpo ma pede é porque dela necessito — dita-me a alma. E sinto-me muito bem com este hábito já com algumas raízes. Sei que muitos passam pelas brasas num qualquer recanto, que a sesta é curta.
Já lá vai o tempo sem tempo para sestas. A vida impunha leis de acordo com as obrigações profissionais, sociais, familiares. Era um corre-corre constante, sem poder olhar para o lado, esquerdo ou direito. Para trás não dava jeito e era perda de tempo. A frente era sempre a meta a alcançar, porque só na frente estava o futuro a atingir, antes que ficasse preso ao presente e a cair no passado.
Agora que tenho o tempo que a vida me dá sei quanto vale uma sestinha depois do almoço. E quando acordo sinto-me outro e até acho graça a certos sonhos. Quando puderem, façam a experiência. E verão que tenho razão.
F. M.