Torre de Menagem em Chaves |
Neste mês de férias, nem sempre temos tempo para pensar nos que as não têm nem podem ter. E não se pense que estou a exagerar. A mim, há anos, também me aconteceu… mas a minha saudosa mãe, com a sua rica experiência de vida, explicou-me que poderia ultrapassar essa dificuldade e seguir de férias, se conseguisse programar as despesas antes e durante a estada num parque de campismo de Trás-os-Montes. E assim foi… felizmente.
Ao ler o PÚBLICO de hoje, deparei-me com uma situação de uma família que nunca sentiu o sabor das férias. Diz o entrevistado, pai de cinco filhos, que ganha o salário mínimo como motorista: “Nunca tirei férias. Deve ser uma sensação do outro mundo.” E a jornalista sublinha: [o ordenado] “não chega para pagar as contas e, por isso, os dias livres e as férias são usados para fazer biscates. Nunca conseguiu levar os filhos de férias.”
Olho à minha volta e fico com a sensação de que somos, realmente, uns privilegiados. Até parece que toda a gente goza as merecidas férias sem problemas de maior. Mas será mesmo assim ou não falta por aí quem tenha de fazer como o entrevistado, obrigando-se a fazer biscates para sustentar a família?
F.M.
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