Existem palavras por nós ignoradas
vivem ao lado das que mais usamos
e nunca sabemos quando
uma delas em fuga
com a calibração precisa
surgirá para transtornar a neutralidade
a língua arrasta a noite ancestral
um vento de neve
cheio de folhas mortas
a idade que possuímos em segredo
sem que nenhuma documentação civil
a detecte
as línguas são portas
que se abrem rangendo
para coisas que não existem
“Bocca della Veritá.
In “Teoria da Fronteira”
Assírio & Alvim, maio de 2017
Nota: Proposta do caderno Economia do EXPRESSO