«Neste mês de maio, em que a Câmara Municipal de Ílhavo
promove mais uma edição do Festival Rádio Faneca (dias 27, 28 e 29), a rubrica
“A Nossa Gente” é dedicada a Carlos Teixeira, jornalista da Rádio Terra Nova.
Nascido a 20 de maio de 1972, na Gafanha da Nazaré, Carlos
Teixeira é filho de um carpinteiro, Manuel “Pinto”, e de Maria da Glória que
têm residência no lugar da Chave, paredes meias com o terminal bacalhoeiro. A
sua infância ficou marcada pela ligação à Ria, ao Esteiro Oudinot e ao Cais, onde
se habituou a ver partir e chegar navios de pesca, e do Tempo em que viu
partidas e chegadas de familiares que viveram a emigração na Escandinávia e nos
Estados Unidos e as migrações para Lisboa.
Nos bancos de escola passou pela EB1 da Chave, onde as reguadas
da D. Leonor eram “incentivo” a evitar erros de Português, pela EB2,3 da
Gafanha da Nazaré e pela Escola Secundária de Ílhavo, no tempo em que era
ultimada a construção de uma nova Secundária na Gafanha da Nazaré. Ílhavo
permitiu uma visão transversal sobre a realidade concelhia, o contacto com
alunos de concelhos vizinhos e esse enraizamento justificou a permanência na
sede do Município até ao 12.º ano.
O curso de humanidades surgiu como uma “fuga” às ciências
exatas e dessa forma começou a moldar o gosto pela comunicação. O final dos
anos 80 coincidia com o nascimento do movimento das rádios locais e os relatos
desportivos eram a motivação certa para bater à porta da Terra Nova que estava
no ar há dois anos. Fervilhava o nascimento de novos projetos com dezenas de
colaboradores empenhados em dar voz às novas rádios. Aí começou a aventura da
rádio e o contacto com centenas de pessoas que ajudaram e ajudam diariamente a
construir o projeto de comunicação.
O ano de 1988 marcou um momento na vida deste jornalista que
nunca mais deixou de se manter ligado à rádio como colaborador e, mais tarde,
como profissional.
A rádio foi o elo de ligação à terra e a Rádio Terra Nova a
ponte para conhecer os atores locais, as instituições e os protagonistas de uma
Região dinâmica em diversos capítulos (economia, desporto, política, sociedade
e religião), conferindo-lhe uma visão transversal que sempre gostou de
valorizar nas notícias e nas entrevistas. Em 30 anos de vida da Terra Nova, há
28 deste jornalista que convive com o diretor Vasco Lagarto, desde a fundação,
e com a primeira voz da estação, Fernando Martins, em contacto diário que
permanece até aos dias de hoje, agora marcado pelas emoções do movimento
popular de apoio à recuperação da antena. “Provou-se que sociedade civil é a
verdadeira proprietária da rádio”.
Ficam na memória muitos amigos, mestres e lembranças de
alguns que já partiram (Tó Zé Bartolomeu e Santos Vidal, entre outros),
milhares de notícias sobre histórias felizes e dramáticas e a certeza de se
sentir grato por viver na Gafanha da Nazaré, no Município de Ílhavo e na Região
de Aveiro, que define como “o melhor sítio do mundo para viver”.
Para Carlos Teixeira o contacto diário com a Ria e com o Mar
continua a ser a melhor inspiração para fazer de cada dia uma história renovada
e para ajudar, “com modesto contributo”, a construir uma “Terra Nova”, com
paixão pela comunicação do pulsar desta Região.»
Fonte: Agenda “Viver em…” da CMI
NOTA: É sempre com indisfarçável satisfação que dou espaço à
nossa gente, de todas as idades e condições sociais. E quando vejo reconhecidos
os seus méritos pelos nossos conterrâneos e entidades, mais satisfeito fico,
apressando-me a divulgar o que de bom se diz dos homenageados. É o caso do Carlos
Teixeira, profissional da Rádio Terra Nova, que conheço desde há muito, pelo
profissionalismo com que desempenha a nobre função de dar voz muitas vezes a
quem habitualmente a não tem.
Gosto da facilidade com que se expressa, da serenidade que
imprime nas entrevistas, da frontalidade sem arrogância com que enfrenta as
situações do dia a dia, ora agradáveis e felizes, ora dramáticas e desesperantes. Gosto da sua maneira de estar na vida, transbordando alegria por todos os poros.
O Carlos Teixeira é um otimista por natureza, um amigo
aberto e compreensivo, tolerante e solidário. Por isso as minhas felicitações e
o meu abraço.
Fernando Martins