No dia 6 de setembro de 1863, «Foi benzida, no sítio chamado do Forte da Barra de Aveiro, a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, cuja construção terminara em fins de Maio. (Campeão das Províncias, 12-9-1901; Litoral, 19-10-1979) - J.» Isto mesmo se lê no Calendário Histórico de Aveiro, de António Christo e João Gonçalves Gaspar.
Apesar destas informações, não podemos esquecer o que o Padre João Vieira Resende escreveu na sua Monografia da Gafanha, onde afirma que em 3 de dezembro de 1863 se construiu no Forte «a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, sob a direção do engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos Pilotos da Barra, sendo piloto-mor um tal senhor Sousa. Há, decerto, alguns lapsos, pois aquela nota informa que a «a construção terminara em fins de maio» do mesmo ano. E na própria capela está afixada uma lápide, na qual se afirma que a capela foi construída em 1862-1863, tendo sido reconstruída em 1996.
Importa, contudo, salientar que a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes é, sem sombra de dúvidas, o mais antigo templo das Gafanhas, tendo estado ao culto desde que a conheço. Terá diminuído ultimamente. Mas a festa em honra da padroeira dos navegantes e demais homens do mar tem assegurado a devoção das nossas gentes, porque por aqui não haveria famílias sem ligações ao oceano. No dia 21 de setembro, realizaram-se as festas em honra da Senhora dos Navegantes, organizadas pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, com a colaboração de diversas entidades, nomeadamente, da CMI, Junta da Gafanha da Nazaré e APA, em sintonia com a paróquia, cumprindo-se a tradição, sendo a procissão pela ria uma mais-valia para as nossas devoções.
Fernando Martins