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Regressei hoje aos ares da minha Gafanha da Nazaré, depois de uns dias de descanso na Figueira da Foz, onde saboreei o prazer de poder olhar à minha volta sem pressas nem horários. Livres, sem compromissos de maior, para além dos naturais que nos ligam à família, podemos apreciar recantos tantas vezes cruzados mas nem sempre vistos na sua riqueza artística e na sua beleza natural.
Sei que os olhares fixos no chão, indiferentes ao que nos rodeia, pessoas, paisagens, pedras, janelas, estátuas, riachos e nuvens são sinal de morte lenta, de desprezo pela vida e pelos encantos que ela encerra. Fez-me bem, também, esta mudança de ares envolvida pelo aconchego de familiares e pelas leituras que nunca dispenso, numa procura de paz interior, longe dos ruídos ensurdecedores dos telejornais e equiparados, carregados de nuvens negras prenunciando tempestades terríveis, que teremos de vencer para nos podermos manter de pé.