A FARAV está a decorrer no Rossio, em Aveiro, até 4 de Agosto. Há um pouco de tudo relacionado com o artesanato regional e não só. Os meus olhos fixaram-se num artesão, Adelino Nunes Aires, que lá estava, concentrado, de formão e martelo, a desbastar um pedaço de madeira, rumo a mais um barco em miniatura. Trabalhava com desenvoltura e segurança. De vez em quando, com um lápis, traçava riscos para se orientar no corte.
A barraca dos seus artigos expostos mostrava que era um artista. Um artesão é sempre um artista, conotado com a pureza de quem não tem escola. A arte brota-lhe espontaneamente.
Adelino Aires nem sequer era carpinteiro, pois a sua profissão estava mais ligada à metalurgia. Mas um dia aconteceu e hoje trabalha sem parar e sem se cansar. Porque gosta do que faz. E até já foi entrevistado na televisão.
Um diploma, encaixilhado, mostra os agradecimentos da Fundação Gil Eanes pela sua participação na Exposição Arte Náutica.
Tem trabalhos com muitas horas de trabalho. Uma caravela registou 6400 horas de labuta. E a peça mais cara está avaliada em 4500 euros.