“A Princesa Santa Joana e a sua Época”:
Um roteiro para famílias e jovens
Presidente da CMA no uso da palavra |
«Aveiro, cidade e diocese, deve a Monsenhor João Gaspar este gosto natural e este esforço empreendedor de incansável investigador sobre tudo quanto à sua história diz respeito e sobremaneira sobre tudo quanto à Princesa Santa Joana se refere. Muito do espontâneo e inicial afeto dos aveirenses por Santa Joana foi sendo progressivamente esclarecido e transformado em religiosa devoção, graças ao aprofundado conhecimento da sua vida e ação que, desde há muito, o autor nos seus diferentes livros nos tem facultado.» Estas afirmações de D. António Francisco, Bispo de Aveiro, lidas pelo Reitor do Seminário de Santa Joana Princesa, Padre João Alves, na impossibilidade da presença do nosso bispo, pelo falecimento de seu tio e padrinho, sintetizam bem quanto Aveiro, cidade e diocese, deve ao autor, João Gonçalves Gaspar, historiador e membro da Academia Portuguesa da História, pelos seus múltiplos trabalhos sobre a região aveirense.
O lançamento da 3.ª edição da obra “A Princesa Santa Joana e a sua Época” teve lugar em Aveiro, na Biblioteca Municipal, no sábado, 22 de dezembro, pelas 16.30 horas, em sessão pública presidida por Élio Maia, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ladeado pelo autor, por João Alves, Reitor do Seminário, e Carlos Santos, vice-presidente da autarquia.
Élio Maia enalteceu o esforço de Mons. João Gaspar, um homem que «não se preocupa com o ter mas com o ser», sendo para todos «o paradigma do dar-se». Referiu que os escritos do autor «refrescam a alma de cada um de nós» e frisou que a sua vida tem sido «marcada por gestos discretos, que afinal são grandes gestos», dignos de registo.
Mons. na hora dos autógrafos |
D. António Francisco afirmou que esta edição, «trazida a público pelo autor em hora jubilar no meio de acrescidos trabalhos e exigentes responsabilidades, é mais um testemunho exemplar de dedicação a Aveiro e de homenagem a Santa Joana e vem aumentar a dívida de gratidão da cidade e da diocese pela valiosa obra humana, intervenção cultural e ação pastoral que diariamente Monsenhor João Gaspar por todos nós reparte».
O Bispo de Aveiro afirma que «este novo livro sobre Santa Joana não é apenas uma bela e fascinante memória de acontecimentos distantes ou um atrativo relato de factos passados mas, bem mais, ele é espelho de vida onde a santidade se reflete e se encontra. E é de santidade que afinal mais precisamos, nestes tempos de demorada e persistente crise económica e social em que vivemos».
D. António recomendou às famílias e aos jovens aveirenses «que sejam eles os primeiros e mais assíduos leitores deste livro, para que no exemplo do viver da Princesa Santa Joana possam encontrar um roteiro onde se desenhem caminhos de bênção e de felicidade e rumos de vocação e de serviço a Deus e às causas do bem».
Carlos Santos enalteceu os méritos do eminente aveirógrafo que é Mons. João Gaspar, bem retratados na forma como tem «prestigiado Aveiro e as suas gentes», oferecendo-lhes «viagens ao passado que prendem os leitores». Sublinhou, com oportunidade, a comunhão que existe entre o autor e Santa Joana, acrescentando que, graças à sua pena, recebemos dele «uma lição de vida».
João Gaspar, ao evocar facetas exemplares da padroeira da cidade e diocese de Aveiro, salientou o cuidado que a Princesa Joana nutria pelos mais carenciados, a quem acudia em momentos difíceis. Mas também adiantou que a Princesa Joana esteve de maneira marcante na linha da frente, sempre na defesa dos interesses de Aveiro e suas populações. E referiu que, não obstante ser apenas beata reconhecida oficialmente como tal pela Igreja Católica, nem por isso o Papa Paulo VI deixou de a elevar ao trono de protetora e padroeira da cidade e diocese, em 1965, a pedido do então Bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade.
A sessão saiu enriquecida por uma intervenção musical a cargo de Tiago Matias e pela leitura de poemas, dedicados a Santa Joana, de Vaz Craveiro e Mário Sardo, por Jorge Neves, do Grupo Poético de Aveiro.
Fernando Martins