Por Maria Donzília Almeida
O dia 26 de Setembro é consagrado às línguas europeias desde 2001. A Europa encerra um verdadeiro tesouro linguístico: 23 línguas oficiais e mais de 60 línguas regionais ou minoritárias, além das línguas faladas pelas pessoas de outros países e continentes que vivem na Europa. Para chamar a atenção para este imenso património linguístico, a União Europeia e o Conselho da Europa tomaram a iniciativa de comemorar o Ano Europeu das Línguas em 2001.
Falar línguas estrangeiras, no mundo globalizado, em que vivemos, é uma mais-valia para o exercício da cidadania, de forma ativa e participada, pois tal não se circunscreve, hoje, às fronteiras nacionais.
A aprendizagem de línguas estrangeiras é um pré-requisito essencial para o acesso ao conhecimento e um fator favorável à mobilidade pessoal e profissional. Para além do domínio da língua materna, a capacidade de comunicar em outras línguas é, no mundo interdependente em que vivemos, um fator de aproximação entre os povos e o seu desenvolvimento à escala mundial. Além disso, o domínio de competências de comunicação em várias línguas, potencia o alargamento da nossa mundividência, pois permite o acesso a outras culturas, outros valores, modos de viver e pensar.
Tenho constatado esta realidade e verificado quão útil se tem revelado o domínio de várias línguas, nas minhas deambulações pelo mundo. É uma riqueza adquirida, que devo muito aos meus pais e a uma professora que me marcou, na minha escolha profissional. Tinha eu 16 frescos anos quando fui, profundamente influenciada pela minha English Teacher! — Professora Mª Helena Pedroza! Onde estiver, o meu sincero e caloroso agradecimento!
Na sequência do Ano Europeu das Línguas – 2001, foi instituído, pelo Conselho da Europa, o Dia Europeu das Línguas (DEL), que se celebra todos os anos a 26 de setembro.
O Ano Europeu das Línguas chegou a milhões de pessoas nos 45 países participantes. Foram organizadas centenas de actividades em toda a Europa para comemorar a diversidade linguística e fomentar a aprendizagem das línguas.
A minha atracão pelas línguas estrangeiras, remonta aos tempos da meninice, em que tive necessidade de decifrar os Christmas cards que recebia da família, ausente nos E.U.A.
O progenitor, ao ver-se rodeado de falantes de língua inglesa, sentiu o mesmo apelo! Precisava de aprender para poder comunicar. Apesar dos seus 43 anos, a ânsia de singrar na vida, fê-lo inscrever-se numa escola, refutando categoricamente o determinismo popular: “Burro velho não aprende línguas”! A tenacidade, o sentimento de auto-valorização, a ousadia tornaram-no cidadão americano, por direito e conhecimento.
Para fazer jus a esta força de viver, a filha, cá no velho continente, seguia-lhe as pisadas e na FLUC, aprofundava os seus conhecimentos em línguas estrangeiras. E, como a juventude tem por vezes a ousadia dos heróis (!?) mesmo no final, inscreveu-se nos cursos livres de: Russo e Italiano, publicitados, em cartazes por toda a UC. Para quem falava mais de uma dúzia de línguas, o seu professor de Russo, um velho padre jesuíta, estudioso das línguas eslavas, metade disso, uma simples meia dúzia, não seria, porventura, uma ambição desmesurada!
26.09.2012