sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dia Internacional dos Museus


Por Maria Donzília Almeida

MMI

Museu de Santa Joana

Pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), foi criado o Dia Internacional dos Museus, em 1977, que se comemora no dia 18 de Maio. O intuito é sensibilizar o público para o papel dos museus, no desenvolvimento da sociedade. Desde então, este acontecimento tem beneficiado de uma popularidade crescente, sendo celebrado em todos os continentes.
Para 2012, foi escolhido o tema: MUSEUS NUM MUNDO DE MUDANÇA: Novos Desafios, Novas Inspirações”.
No dia 19 de maio, realiza-se a iniciativa proposta em 2005, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação de França, a Noite dos Museus. O IMC associa-se mais uma vez, a estas comemorações: os museus e palácios estarão abertos gratuitamente, nestas ocasiões – dia 18 entre as 10h00 e as 18h00 e no dia 19 a partir das 18 horas até por volta da meia-noite – e proporcionarão a todos os visitantes um conjunto de iniciativas muito diversificadas.

 Muitos outros espaços museológicos integrados na Rede Portuguesa de Museus aderem, igualmente, a estas comemorações, oferecendo ao público de todas as regiões do continente e ilhas, um leque de atividades.
Ao Departamento de Património Imaterial (DPI) do IMC compete promover o estudo, a salvaguarda e a divulgação do Património Cultural Imaterial, o registo gráfico, sonoro, audiovisual ou outro das realidades sem suporte material para efeitos do seu conhecimento, preservação e valorização, bem como o registo dos bens culturais, móveis ou imóveis associados ao património imaterial, sempre que aplicável.
 Ao DPI compete cooperar com centros de investigação, estabelecimentos de ensino superior, autarquias e particulares, com vista ao registo e divulgação dos bens imateriais, bem como estimular estudos e o desenvolvimento de metodologias de investigação para a salvaguarda eficaz do património cultural imaterial. 
O Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) tutela 28 museus e 5 palácios nacionais que, no seu conjunto, constituem lugares e obras de vulto, do património nacional.

Tratar destes tesouros é a principal função e, por isso, nos últimos anos, os museus e palácios têm vindo a ser dotados com condições adequadas de conservação e complementados com outras que visam torná-los espaços cómodos e atrativos para os públicos.
Vale a pena entrar nestes espaços porque eles são lugares de cruzamento de saberes, emoções e projectos, que pertencem a todos nós e onde os interesses de cada um encontram sempre uma confirmada ou inesperada resposta. E se a resposta for uma nova questão, é preciso começar outra vez, como quem entra e sai, com à vontade, de uma casa familiar.
Entrar num museu é mergulhar na cultura de um país é ficar inebriado com a riqueza patrimonial que nos é dado observar.
Vou referir apenas dois que, pela sua proximidade, me despertaram a atenção sem sobrevalorizar ou menosprezar qualquer um deles. Cada um tem as suas peculiaridades, a sua fisionomia própria, mas todos têm, em comum, a enorme fonte de conhecimento, cultura, deslumbramento. São estas as sensações que experimento, sempre que me encontro no papel de turista em qualquer museu nacional ou fora de portas.
O Museu de Aveiro, museu de história e arte, instituído no antigo Convento de Jesus, da Ordem Dominicana feminina, em Aveiro, é formado pela área monumental e pela exposição permanente.
A área monumental evidencia o traçado conventual que remonta ao séc. XV, designadamente da Igreja de Jesus e do claustro, concluídos no séc. XVI, o estilo barroco do coro baixo, com o túmulo da Princesa Santa Joana (1693-1711), do coro alto e de diversas capelas devocionais, dos sécs. XVII e XVIII, e a fachada “apalaçada”, fisionomia do museu, do séc. XVIII.
A exposição permanente apresenta obras de pintura, escultura, talha, azulejo, ourivesaria e têxteis, dos sécs. XIV-XV ao séc. XIX, provenientes de conventos extintos de Aveiro e de outras regiões do país. Da coleção do Livro Antigo e dos Manuscritos, documentos da fundação do convento e da vida da Princesa Santa Joana (m. 1490), filha de D. Afonso V, figura incontornável na história do Convento.
Do acervo do Museu constam ainda as coleções de Cerâmica, Vidros, Metais e a Arqueologia

O Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) foi fundado a 8 agosto de 1937 e começou por assumir uma vocação etnográfica e regional.
 É testemunho da forte ligação desta população ao mar e à Ria de Aveiro. A “faina maior” (a pesca do bacalhau à linha com dóris de um só homem) nos mares da Terra Nova e da Gronelândia e as fainas marítimas, da Ria, são as referências patrimoniais do Museu.
A cada um dos temas corresponde uma exposição permanente que oferece ao visitante a possibilidade de reencontrar inúmeros vestígios de um passado ainda recente.
 Na Sala dos Mares, a terceira exposição permanente do Museu, encontra-se uma variada coleção de modelos de embarcações que exprimem a diversidade do património marítimo-fluvial português e a forte ligação ao mar.
Além da riqueza das suas coleções e exposições, o edifício onde hoje está instalado o MMI, inaugurado a 21 de outubro de 2001, é só por si uma obra de arte pública. É um belo exemplar de arquitetura moderna, tendo sido distinguido pela crítica, em diversos momentos.
 O MMI alberga uma vasta coleção de objectos relacionados com a pesca à linha do bacalhau e com as fainas marítimas da Ria de Aveiro com destaque para as diversas artes de pesca da laguna.
O vastíssimo acervo deste Museu subdivide-se em três grandes coleções: coleção de cultura material relativa à pesca à linha do bacalhau, coleção da etnografia da ria de Aveiro e coleção de arte.
Temporalmente, estas coleções abarcam o final do século XIX até ao século XX. Incidindo sob a área geográfica de Portugal, refletem a vivência marítima e a influência da pesca nas populações ribeirinhas.
Visitar o MMI é embarcar numa aventura dos sentidos; conhecimento e lazer. Com as indicações preciosas dos guias que nos acompanham, nem sequer eu... corro qualquer risco de perder o norte!
Devo só referir, em relação a este museu, duas coisas, a nível pessoal, que provocaram aquele deslumbramento, atrás mencionado: da primeiríssima vez que o visitei, há tempos imemoriais, fiquei verdadeiramente “grudada”, em qualquer coisa marinha, já que o museu fala do mar (!!), mas nem foram os barcos, nem os manequins, nem os mapas... foi, isso sim, uma coleção monumental de conchas que fazem parte da minha natureza humana! Devo ter nascido dentro duma ostra, (sem pérola, não cabíamos ambas lá!), como está no imaginário popular, para ter este fascínio por estes pedacinhos de calcário, que a natureza artisticamente esculpiu! A outra coisa, já que eram duas, é a minha admiração, quase veneração, pelo conservador deste museu, Dr Álvaro Garrido... pois só um homem deste quilate consegue revitalizar um espaço que... tratando de coisas mortas, exerce uma tão grande atração sobre os vivos!
 É sempre um enorme prazer para mim, deslocar-me ao MMI, para ouvir uma conferência, um recital ou no acompanhamento da malta miúda, em visita de estudo. Quando sou incumbida dessa tarefa, rejubilo, pois adoro visitar museus! Acho que aprendo mais que os alunos!

18.05.2012
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