1. Algo vai mal neste “reino” de Portugal, nomeadamente numa
das suas Regiões Autónomas, a Madeira. Desde há mais de 30 anos que o “rei” da
Pérola do Atlântico” não se cansa de ofender o continente, bem como os seus
políticos e residentes. Usa uma linguagem desbragada, ofensiva da dignidade de
adversários políticos, que toma como inimigos. Exige, reclama, chantageia,
ameaça com a independência, sem que haja qualquer poder, político ou
judiciário, capaz de deter as arremetidas do homem, contra todos os que não lhe
dizem amem. É isto.
Por outro lado, os Açores, que estão no mesmo Atlântico, vão
vivendo, democrática e respeitosamente, trilhando caminhos de progresso e de
bem-estar, sem barulhos, nem ameaças, nem chantagens. O arquipélago já foi
governado pelo PSD e de há anos a esta parte pelo PS. Que eu saiba, sem
precisar de fantochadas e no respeito pelos demais autarcas, tenham eles as
cores que tiverem.
2. No continente, está estabelecido que o Presidente da
República só pode ser reeleito uma vez, para um segundo mandato seguido, e os
presidentes das Câmara e das Juntas apenas podem desempenhar essas funções
durante três mandatos seguidos. Mas nas Regiões Autónomas não é assim. Podem os
presidentes do Governo Regional eternizar-se no poder, com todos os
inconvenientes que daí podem advir. Afinal, num país democrático, não será
possível decretar leis para todo o território nacional?
3. Diz o primeiro-ministro, Passos Coelho, a propósito das
dívidas escondidas, de má-fé, pelo “rei” da Madeira, que não pode fazer nada,
porque o povo madeirense é que tem a faca e o queijo na mão para condenar,
votando noutros, ou para apoiar a candidatura do Presidente Alberto João
Jardim. Penso que Passos Coelho não teria outra alternativa, porque não haverá
leis que possam resolver o problema. Face a esta situação, há que aguardar
pelos resultados eleitorais. Contudo, estou em crer que ficará tudo na mesma.
Quem ousará votar contra, mesmo sendo o voto secreto, numa região onde o “rei”
manda em tudo e em quase todos?
Fernando Martins