Flor do meu jardim para o José Carlos
Participei hoje, em Braga, no funeral de um amigo, que conheci desde tenra idade. José Carlos Chaves Fernandes, 45 anos, cardiologista, faleceu vítima de um acidente de viação. As causas do acidente estão por esclarecer. Casado com a Paula, com dois filhos, a Rita e o Francisco, foi um marido exemplar e pai amoroso, filho e irmão dedicado. Os seus pais, Nazaré Chaves e António Fernandes, e demais familiares, tal como os amigos de sempre, marcaram presença emocionada junto dos seus restos mortais, nas cerimónias religiosas e no momento da descida à terra do repouso final neste mundo. A sua alma, de homem generoso e sensível, está no seio de Deus.
Recordo-o com saudade, animado pela certeza de que ele continuará connosco, nos seus familiares e amigos, mas em especial nos seus filhos, que ele tanto amava. Animado, ainda, pela convicção de que o seu exemplo de amor acrisolado à família e de espontânea amizade fraterna para com os amigos hão de permanecer connosco.
Como poderei esquecer a sua natural alegria de viver, inúmeras vezes manifestada junto dos que o rodeavam? Como poderei olvidar o sentido profissional de proximidade com os seus doentes, que o levava a uma atualização permanente para mais e melhor ajudar quem sofre? Como poderei permitir que da minha memória fujam os cuidados que o José Carlos tinha em saber do meu estado de saúde, em momentos menos bons?
Recuando no tempo, estou a vê-lo a brincar com os meus filhos, a estudar com gosto pelo saber, a singrar na carreira profissional que escolheu, a especializar-se em cardiologia, área que abraçou com paixão.
Há poucas semanas, em Braga, tivemos, com minha esposa e um filho, sem o podermos imaginar, o último encontro. Lanche em casa dos seus pais e jantar em sua casa, com toda a família a trabalhar na cozinha. Foi muito bonito e muito saboroso. Jamais esquecerei esse como outros momentos semelhantes, de abertura à manutenção da amizade de décadas, de convívio franco e amigo, de recordações de vivências que perduram no tempo. Paz à sua alma.