sábado, 4 de junho de 2011

Poesia para este tempo




“Tenho que escolher o que detesto —
ou o sonho, que a minha inteligência odeia,
ou a acção, que a minha sensibilidade repugna;
ou a acção, para que não nasci,
ou o sonho, para que ninguém nasceu.
Resulta que, como detesto ambos,
não escolho nenhum;
mas, como hei-de, em certa ocasião,
ou sonhar, ou agir,
misturo uma coisa com outra.

Bernardo Soares (Fernando Pessoa)
“Livro do Desassossego”

Publicado no caderno Economia do EXPRESSO

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