domingo, 1 de agosto de 2010

Para a exigência da mulher actual



A moda

Maria Donzília Almeida

Com o crescimento da indústria têxtil, foi criada uma panóplia de tecidos de textura e estampagem variadíssimos que fizeram as delícias dos designers de moda, vulgo estilistas. Estes têm crescido, proporcionalmente à necessidade de satisfazer a exigência cada vez maior da mulher actual. O binómio moda/beleza, anda intimamente associado ao universo feminino
Com a crescente ocupação de lugares de destaque na sociedade actual, a mulher sente a necessidade de se vestir e de se arranjar de forma, ora mais prática, ora mais sofisticada, sempre com elegância.
A moda aí está para satisfazer, precisamente esses requisitos e oferece uma variedade de modelos que a todas satisfaz. Criando às vezes, modelos bastante ousados, permite as escolhas mais diversificadas.
Bom gosto e bom senso, de permeio, a mulher consegue fazer uma selecção que realce as suas formas e alimente a sua feminilidade. Cabe ao sexo feminino ser criterioso nas escolhas que faz, para não se tornar escravo dos ditames da moda.


Um pouco de recato no trajar era norma no século passado, sendo que daí em diante, o comprimento da saia começou a oscilar aos sabor dos caprichos dos costureiros oriundos das várias capitais europeias. Vem aqui, à memória a imagem da mulher imortalizada por Camões, no séc.XVI, “Descalça vai para a fonte, Leanor pela verdura”. Nessa época, quando a mulher descobria um pouco o pezinho, já o peito do homem se alvoroçava todo!!! Se por um golpe de magia Camões pudesse vir até nós e observar a figura da mulher nos nossos dias, provavelmente sofreria um enfarte do miocárdio! A diferença é abissal, mas a moda é cíclica e simultaneamente efémera!
Com a globalização, também neste campo a moda segue a influência dos parceiros de outros países, que copiam uns dos outros os padrões gerais e se impõem. Apenas devemos excluir o mundo muçulmano, que constitui um universo à parte, onde o fundamentalismo religioso impõe normas rígidas, que se traduzem no uso da burka e do chador.
Como prenunciador dessa característica da moda, o seu carácter mutável, outro poeta de nomeada e seguidor de Camões, de seu nome Bocage, com uma componente satírica muito acentuada, deixou em Setúbal, na praça pública, a sua marca para a posteridade: uma estátua do vate, carregando ao ombro uma peça de tecido. Quando lhe perguntavam para que era aquele propósito, respondia que estava à espera da última moda. Esta palavra está de facto tão enraizada na linguagem que faz parte integrante do léxico das gentes das Gafanhas. A expressão estar à moda é muito recorrente nesta orla marítima e não significa, estar vestido segundo a última moda, mas sim estar pronto, em condições de......
- Maria, a caldeirada está, à moda? (Está pronta a ser comida)
O povo das Gafanhas sempre foi pioneiro, em questões linguísticas......

26.07.10

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