Miguel Veiga, à esquerda, apresentou o livro de Valdemar Aveiro
Valdemar Aveiro escreve
sem muletas de ninguém
“80 Graus Norte – Recordações da Pesca do Bacalhau”, um livro de Valdemar Aveiro, viu a luz do dia, em 3.ª edição, no passado sábado, 19 de Dezembro. Apresenta-se em formato clássico, grafismo cuidado e com ilustrações expressivas.
Miguel Veiga, advogado e político nortenho, que “também escreve umas coisas” sublinhou na apresentação da obra que o seu amigo escreve “musicalmente”, tocando as “cordas da sua lira” e usando uma técnica “sem parangonas nem chavões”. Faz-se acompanhar de “notáveis qualidades, amáveis e aprazíveis”, sem esconder a “lhaneza e a coloquialidade, a simplicidade e a simpatia”.
Citando o Padre António Vieira, disse que “não há coisa mais escrupulosa no mundo que papel e uma pena”, acrescentando que “dois dedos com uma pena é o ofício mais arriscado que tem o género humano”.
O advogado e político do Norte, pessoa também muito dada à cultura, às artes e à escrita, afirmou que gosta das histórias de Valdemar Aveiro, “naquilo que representam de um género coloquial e eficaz e, sobretudo, intenso e fluido, espesso e rápido, quase falado, do vastíssimo universo das narrativas”. E refere ainda que o Capitão Valdemar, “lobo e trovador do mar”, escreve “pelo seu pé e sem muletas de ninguém”.
“80 Graus Norte – Recordações da Pesca do Bacalhau” veio substituir, nesta edição, o primeiro título do livro – “Figuras e Factos do Passado”. Segundo o autor, o antigo título não se “ajustava aos temas abordados”, enquanto o actual “é uma referência geográfica à latitude mais elevada que os portugueses atingiram em busca do bacalhau”. Foi na década de 30 do século passado que quatro capitães ilhavenses, em três navios da frota aveirense e um de Viana do Castelo, se aventuraram nos mares gelados da Groenlândia. Eram tempos de navegação à vela e de iluminação a petróleo.
FM