Nós e as redes sociais
1. Aquele caso da mãe que, passado cinco horas, veio anunciar ao Facebook o falecimento de seu filho, ajuda, com toda a verdade, a compreender os alcances do novo mundo digital. As redes sociais estão aí, todos os dias, a gerar o que de bom e de menos bom a humanidade tem. Com todo o realismo, não se pode querer o sol na eira e a chuva no nabal quando efectivamente estes meios de comunicação são reflexo da verdade diária do que acontece a cada momento. Talvez esta nova ordem da comunicação seja a maior revolução de todas em toda a história humana. O “tempo real” pode ser acompanhado como nunca por todos; para o “ar” do espaço público mundial pode vir tudo o que alguém quiser que apareça. Existam critérios, bom senso, pressupostos dignos e humanos naquilo que se põe no ar.
2. A certa altura pode-se dizer que nestas coisas das redes sociais, é um facto, tudo o que vem à rede é peixe! Isto é, o que aparece existe. Temos dificuldade em perceber se estamos preparados para o que der e vier, quando se sabe que, certamente, os registos em directo das graças ou das desgraças virão à luz do dia e estarão disponíveis continuamente na sociedade global. Quem não se lembra daquele caso da turma a desrespeitar a professora com gravação de aluno ao telemóvel e rapidamente disponibilizada na internet; quem não se lembra de… A verdade mais certa é a de que todos os mil e um instrumentos da comunicação não têm qualquer culpa do conteúdo que neles circula. Repense o utilizador!
3. Até quando esta viagem fantástica mas perigosa chegará? A partir de que momento estaremos no ponto de saturação? Como a aproximação global das virtudes mas das também diferenças vai conseguir fazer prevalecer a existência comum? Estará o mundo culturalmente preparado para a nova consciência global que cresce cada dia? Semear para colher, é o lema que dá razões à esperança no futuro. A mensagem «Feliz Natal» é a que enche o mundo virtual nestes dias. Seja cada dia!