IDEIAS PARA PENSAR
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Ora aqui está uma ideia para pensar. Eu sei que as nossas prioridades estão centradas na política e no mais feroz e avassalador objectivo, que é a economia. Sem ela, não creio que haja vida digna. A velha teoria do amor e duma cabana já lá vai há muito. Mesmo assim, acho que há ideias interessantes, como esta lançada por Rui Veloso.
Diz ele que o nosso mar e o nosso céu, com sol que baste para tornar o nosso País bastante luminoso, poderiam inspirar uma bandeira diferente, com cores mais consentâneas com a nossa realidade. O verde e vermelho, duas cores que casam tão mal, apenas terão surgido por oposição agressiva às tradicionais cores da bandeira nacional, em que o azul e o branco pontificavam. E assim ficou, até hoje, explicando-se o facto com argumentos que de outra forma também se arranjariam a contento de todos.
Depois abordou a questão da letra que considerou ridícula. Aliás, não é primeira vez que alguém a contesta. Que eu saiba, o primeiro a fazê-lo foi Alçada Baptista, em Chaves, no discurso (depois publicado num dos seus livros) do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Na altura, não faltaram protestos contra o autor da ideia. Mas ele, com a sua bonomia, ria-se e dizia, com graça, que há muita gente que canta o Hino Nacional, sem sequer pensar no que está a dizer. Pois é. Então, por que razão não se há-de pensar no assunto?
Alçada Batista tinha destas coisas. Um dia também contestou a oração que nós, católicos, muito rezamos e que é a Salve, Rainha. Afirma ele que não faz sentido usar palavras e expressões como “os degredados filhos de Eva”, “vale de lágrimas” e “desterro”. Expressões e palavras que denunciam pessimismo e uma visão negativa da vida.
Seja como for, acho que o Hino Nacional merece outra letra, já que a música, como diz Rui Veloso, é muito bonita.
Quanto à Salve, Rainha, não acredito que alguém lhe mexa. Mas como há tantas outras orações expressivas e optimistas, o melhor é optar por elas.
Que dizem os meus leitores e amigos?
Fernando Martins