domingo, 3 de maio de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 129

BACALHAU EM DATAS - 19

Iate Júlia ३.º

1903 - RESSURGE A PESCA DO BACALHAU EM AVEIRO

Caríssimo/a:
1901 - «Em 1901, os poderes públicos determinaram que o bacalhau pescado por navios portugueses ficava sujeito apenas ao imposto de 12 réis por Kg – já que até aí (e desde 1886) estava-se numa situação deprimente, revoltante e vergonhosa: os proprietários de 12 navios [portugueses], pagando apenas 6,6 %; todos os outros que se quisessem lançar na empresa da pesca do bacalhau, pagando mais pelo produto da sua pesca do que os próprios estrangeiros...» [Oc45,80] 1902 - «A empresa da família Bensaúde passa a denominar-se Parceria Geral de Pescarias, com 9 veleiros, alguns com mais de 300 toneladas. A empresa Mariano e Irmãos nesta data apenas tinha juntado aos dois primeiros JULIA, o iate JULIA III com 175 toneladas e viria mesmo a ser vendida no princípio do século a uma nova empresa denominada Companhia da Pesca Atlântico. » [HPB, 29] 1903 - «A partir de 1903, com o fim do monopólio, tendo-se tornado livre a construção e o armamento de navios bacalhoeiros, a indústria entrou numa fase de maior prosperidade, passando a tomar parte nas campanhas da Terra Nova um número cada vez mais elevado de navios, agora também de Ponta Delgada, Aveiro, Porto, e, mais tarde, de Viana e de Caminha.» [Oc45, 81] «Em 1903, partiram 12 navios portugueses para os bancos da Terra Nova.» [Creoula, 09] «O regresso à Terra Nova de navios armados em Aveiro e Ílhavo verifica-se apenas em 1903.» [Oc45, 80] «Efectivamente, é no ano de 1903 que ruma à Terra Nova o primeiro navio da praça de Aveiro, o palhabote NAZARETH, de 177 t, depois alterado e rebaptizado como NÁUTICO, propriedade dos “nossos patrícios e arrojados industriais”, Luís e António Marques de Freitas, então residentes em Lisboa, que tinham uma sociedade com o “brasileiro” da Murtosa, João Pedro Soares, homem ligado por fortes laços políticos e familiares ao poder político local. [...] «O NÁUTICO saíu no final de Maio e regressou no início de Novembro desse ano com “uma boa carga de peixe, grande e de boa qualidade, que seria tratado e seco no “ensecadouro” para esse efeito estabelecido na Gafanha da Nazaré, nesse mesmo ano de 1903, num terreno próximo do estaleiro de José Maria Bolais Mónica. [...] As tripulações, nomeadamente, os capitães, como referem amiudadas vezes os periódicos locais, eram “quase todas do concelho de Ílhavo”. [Oc45, 81] «Na sua primeira viagem de regresso da Terra Nova, o NÁUTICO, capitaneado pelo ilhavense António Fernandes Matias, o Gafanhão, alongou os habituais 25 dias de viagem por ser “impelido apenas por uma débil viração”, o que acontecia frequentemente neste “árduo e aventuroso mister”.» [Oc45, 86] «Aumento da frota bacalhoeira com um barco de 177 toneladas.» [BGEGN, 7] “Desde 1903 que o porto bacalhoeiro está localizado na Gafanha da Nazaré, na margem esquerda, abrangendo os lugares da Cale da Vila e Chave”... e o cheiro do bacalhau regressou à nossa terra!
Manuel

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