quarta-feira, 5 de março de 2008

SUBSÍDIOS PODEM GERAR DEPENDÊNCIAS


Os jornais disseram que a CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais) recebe, anualmente, milhares de euros para poder desempenhar o seu papel de defensora dos interesses dos pais e dos alunos das nossas escolas. Sempre me repugnou a ideia de instituições como esta receberem subsídios do Estado. Porquê? Pela simples razão de que podem perder a independência face aos poderes instituídos.
Aceito, porém, que possam receber comparticipações para projectos de formação que contribuam para o desenvolvimento dos membros das instituições. Eu acho, no fundo, que as associações, sejam elas quais forem, devem ser o reflexo dos seus membros, os quais têm a obrigação de sustentar aquilo que lhes dá prazer. Sei de uma Câmara, a de Ílhavo, concretamente, que ajuda as instituições mediante contrapartidas ou parcerias, ou projectos de natureza social, cultural ou outra. Dar por dar não está na sua agenda. E nem deve estar, a meu ver.
Se o Estado se habituar a dar subsídios regulares, é certo e sabido que gera dependências, criando nas pessoas o hábito de se acomodarem à facilidade da vida. O Estado pode e deve estimular o associativismo, a solidariedade, o envolvimento das pessoas em acções de âmbito diverso, mas nunca sustentar instituições. Subsídios eventuais, repito, vá que não vá. Mas não mais do que isso.

FM

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