“Será necessário, para obter segurança, dialogar com criminosos, apertar a mão a torturadores, tratar quaisquer déspotas de democratas, esquecer guerras e fomes, deixar entre parêntesis a corrupção, alimentar a cleptocracia e debitar, com ar confiante, longos discursos de lugares-comuns optimistas congratulatórios? Será que o preço que tem de se pagar pela paz inclui a criação e a manutenção de uma Nomenclatura internacional imune, impune e “off shore”? Será que o próprio desta casta é o hotel de cinco estrelas, o caviar, os vintages caríssimos, a trufa branca e os aviões transformados em lupanares de luxo?”
António Barreto, no PÚBLICO de hoje
NOTA: Escrevi ontem sobre a Cimeira UE-África, admitindo a necessidade de se receberem os ditadores, os sanguinários e os corruptos, porque provocar a sua marginalização seria pior. Perder-se-ia a oportunidade de diplomaticamente os sensibilizar para os valores da democracia, entre outros.
António Barreto levanta nesta sua crónica a questão, com perguntas pertinentes, que aqui ofereço aos meus leitores, para reflexão.
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