Manoel de Oliveira, o mais velho realizador do mundo, em plena actividade, recebeu do Estado, da RTP e das empresas cinematográficas Lusomundo e Tóbis um subsídio, da ordem dos 700 mil euros, para mais dois filmes. Com quase um século de vida, a completar no próximo ano, mostra que, afinal, é ainda um jovem, que sabe aproveitar o tempo que Deus lhe deu para viver.
Na assinatura do protocolo, a ministra da cultura, Isabel Pires de Lima, sublinhou que esta era "a melhor forma para lançar as comemorações do próximo ano do centenário de Manoel de Oliveira, que está com grande vitalidade e grande actividade profissional e artística".
O mais velho realizador do mundo não é, afinal, um realizador velho, mas é, seguramente, um ser humano único, um mestre autêntico da juventude plena e responsável, que não abdica de viver, ensinando toda a gente que parar é morrer.
Na cerimónia de assinatura do protocolo, o cineasta confessou-se um homem feliz, mas acrescentou "não querer sobrepor-se aos outros". Disse que não há "uns realizadores melhores que outros" porque “todos somos grandes", anotou, sendo ele "apenas o mais velho realizador do mundo".
"Sinto-me feliz - acrescentou - porque o cinema é o mais importante para mim e nada mais me importa que realizar os meus projectos e encontrar pessoas que me auxiliem".
Os velhos são livros abertos que nos ensinam permanentemente, sobretudo se forem pessoas com amor à vida e à humanidade. Se forem artistas, cientistas ou santos, muito mais terão para nos dar. Só é preciso estarmos atentos ao que dizem e fazem. E seguir os seus bons exemplos.,
F. M.