quinta-feira, 20 de abril de 2006

Refugiados e Deslocados no mundo

Menos refugiados
no mundo
e mais
deslocados
internos
O número de refugiados no mundo é hoje de 9,2 milhões, o mais baixo em 25 anos, mas a instabilidade no regresso é ainda preocupante, alerta o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres.
Num relatório divulgado esta quarta feira, em que é analisada a evolução dos fluxos de refugiados nos últimos cinco anos, esta agência das Nações Unidas refere que o regresso de pessoas ao Afeganistão, Angola e Serra Leoa "contribuiu para a diminuição do número de refugiados".
No entanto, de acordo com o documento, a instabilidade em alguns países como a República Democrática do Congo ou o Sudão impedem que o regresso seja durável e que surja "um novo desafio" que são os deslocados internos.
No prefácio do relatório, editado em livro sob o título "Refugiados no Mundo: deslocados no Novo Milénio", o responsável pelo ACNUR, António Guterres, destaca que o facto de haver menos conflitos entre Estados "resulta num menor número de refugiados, mas provoca um aumento de deslocados internos".
O ex-primeiro-ministro português dá como exemplo a República Democrática do Congo e o Sudão, onde havia no conjunto 7,5 milhões de deslocados internos em 2005, de um total de 25 milhões, que, apesar de não estarem contemplados pela Convenção dos Refugiados, de 1951, "precisam urgentemente de ajuda".
Por decisão das Nações Unidas, o ACNUR passa agora a ter responsabilidade pela protecção de deslocados internos e Guterres considera que se trata de um período "crucial" para a organização.
O relatório refere ainda o elevado número de refugiados - 5,7 milhões dos 9,2 milhões - que vivem no exílio há mais de cinco anos "muitas vezes confinados em centros ou em condições difíceis nos centros urbanos dos países em desenvolvimento" e que "a maior parte já caiu no esquecimento".
A este propósito, António Guterres destaca o perigo que representa para os requerentes de asilo e para os refugiados serem confundidos com imigrantes ilegais, defendendo que "dissociar as duas situações necessita de intervenções de protecção no momento adequado para identificar as pessoas cujas necessidades são fundamentadas".
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Fonte: Ecclesia

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