quarta-feira, 19 de abril de 2006

Presidências dos Bispos de Portugal e de Espanha reuniram-se em Fátima

Casamento homossexual
é agressão cultural
ao matrimónio
A recente aprovação de casamentos homossexuais, na Espanha, foi tema de reflexão entre os presidentes das Conferências Episcopais de Portugal e Espanha, no Encontro realizado, ontem e hoje, no Santúario de Fátima.
Sobre este facto os bispos referem, em comunicado final, que “a agressão cultural ao conceito matrimónio que acontece em Espanha, apresentada como se fosse um avanço e uma conquista da humanidade, exige um trabalho pastoral de esclarecimento fundamental da perspectiva cristã e uma clara defesa da verdade da natureza humana”. Também em cima da mesa, esteve a aprovação do Decreto-Lei que legisla a Procriação Medicamente Assistida (PMA), em discussão nos dois países, e que é motivo de preocupação comum para os responsáveis das Conferências Episcopais.
Neste Encontro os presidentes das duas Conferências Episcopais partilharam uma preocupação comum e, segundo o mesmo comunicado final, foram partilhados “documentos e argumentos éticos para estabelecer limites e denunciar práticas injustas que as leis facultarão”.
Em conferência de Imprensa, no final do Encontro, o Secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Pe. Juan António Martinez Camino, sublinhou que a Igreja é desfavorável à reprodução humana artificial porque “vai contra o direito fundamental à vida”, salientando que a Igreja não concorda com a concepção do embrião “como objecto e não como um ser com direitos inalienáveis”.
Estando Portugal e Espanha a aguardar lei relativa a esta matéria, o Porta-voz da CEE considera que as normas propostas, e em análise, “não estão pensadas do ponto das crianças produzidas em laboratório, mas do ponto de vista dos laboratórios”. “Não é um problema de ética sexual, mas um problema de justiça intergeracional, das relações entre pais e filhos e entre irmãos”, frisa o P. Juan António Camino, vincando que o que está em causa é “uma quebra das relações de paternidade, maternidade e fraternidade”, o que a Igreja não aceita.
Os bispos manifestaram ainda preocupação quanto ao ensino de religião e moral católica existente nos dois países, reconhecendo “a importância da Escola Católica para que os pais possam cumprir a missão que lhes é própria”, referem em comunicado.
Inserido no habitual ritmo de reuniões bienais dos dois episcopados, o Encontro das presidências da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) e da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) visa o intercâmbio de experiências e de reflexões, a comunhão de inquietações e a partilha de projectos.
Participaram na reunião o Presidente da CEE, Ricardo Blázquez Pérez, Bispo de Bilbao e o Presidente da CEP, Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo de Braga, o vice-presidente da CEP, António Montes Moreira, Bispo de Bragança-Miranda, o secretário geral da CEP, Carlos Moreira Azevedo, Bispo auxiliar de Lisboa e o Secretário geral da CEE, P. Juan António Martinez Camino.
A última reunião tinha tido lugar em Madrid em Janeiro de 2004.
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Fonte: Ecclesia

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