Se as condições dos Cristãos durante o reinado do Rei Fahd eram difíceis, depois da sua morte e com a chegada do Rei Abdullah, as perseguições a crentes de outras religiões no reino saudita aumentam, e os cristãos estão no topo da lista.
Segundo a AsiaNews, a Muttawa, a polícia religiosa, tem forçado a entrada nas habitações de estrangeiros, suspeitos de acolherem grupos que se reuniam em privado para rezar. O medo levou a que muitos grupos de cristãos tenham cessado os seus encontros. Os cristãos indianos são os mais atingidos. Só no último mês, viram 9 compatriotas serem presos por práticas religiosas ilegais.
Segundo a Indo-Asia News, a situação tem-se agravado de tal forma, que o embaixador da Índia, em Riade, enviou um comunicado a todos os Indianos residentes no reino saudita alertando para o aumento do número de detenções por práticas religiosas. O embaixador aconselhou ainda o seu governo a alertar todos aqueles com destino à Arábia Saudita a não transportarem Bíblias, livros e imagens religiosas.
Este facto vem contrariar a tendência verificada no "Relatório 2004 – Sobre a Liberdade Religiosa no Mundo" que considerava que a situação estava a melhorar em relação a 2003 com "uma maior liberdade de reunião para os xiitas" e algumas declarações que a imprensa saudita atribuiu ao príncipe Sultan afirmando:"Nós dizemos aos cristãos: dentro de vossa casa, vocês e as vossas famílias adoram quem quiserem".
Devido à pressão da comunidade internacional, o falecido monarca saudita Rei Fahd tinha permitido o culto privado de outras religiões mas isto não impediu a Muttawa de prender e torturar pelo "crime" de professar outra religião que não o Islamismo.
Desde a criação do reino saudita e com a proibição de outra religião que não seja o islamismo fundamentalista wahabita que toda a actividade missionária ou expressão pública de fé contrária, possuir Bíblias, usar um crucifixo, segurar um terço ou até rezar em público, é ilegal. A polícia religiosa é famosa pela violência e torturas com que assegura o cumprimento da proibição religiosa.
Apesar deste retrocesso em termos de liberdade religiosa, a Arábia Saudita continua a recrutar mão-de-obra especializada estrangeira e ainda recentemente criou uma isenção de impostos durante 15 anos de forma a atrair capital estrangeiro a investir em infra-estruturas do reino.
Fonte: Texto da "Ajuda à Igreja que Sofre"