domingo, 12 de junho de 2005

Aulas de Educação Moral e Religiosa

Mensagem do Bispo de Aveiro: 
Aulas de educação moral e religiosa nas escolas, 
para além da catequese e do escutismo 


Está aí o tempo das matrículas. Preocupados com o bem dos vossos filhos, é preciso estar atentos para que, logo no primeiro ano, eles sejam matriculados na aula de Educação Moral e Religiosa. Essa matrícula segue depois nos anos seguintes, até que sejam eles próprios a fazer a sua opção. O facto de andarem na catequese ou no escutismo não dispensa a aula na escola. O objectivo comum é sempre a melhor formação para a vida. 
Na catequese, recebem o ensinamento sistemático da mensagem evangélica, de modo a poderem viver como filhos de Deus e participarem, de modo activo, na vida sacramental e eclesial. No escutismo, aprendem a praticar os valores humanos e cristãos, a vida em equipa, o contacto com a natureza, o respeito para com as pessoas, os animais e as coisas, ao mesmo tempo que desenvolvem as suas capacidades naturais para o seu crescimento harmónico e para o serviço aos outros. Na escola, através da aula de Educação Moral e Religiosa, aprendem, à luz da mensagem cristã: a relacionar a ciência e a fé e as diversas disciplinas escolares, orientadas para um saber humano harmónico; a inter-relação pessoal respeitosa e construtiva; a dimensão global da cultura em todas as suas vertentes; a abertura respeitosa a outras culturas e saberes; a participar do património histórico e cultural, enriquecido pelos valores evangélicos que a nossa cultura comporta, desde há muitos séculos, e que estão na base da nossa identidade nacional. Aprendem a ver a vida, de modo aberto, em ordem aos compromissos presentes e às opções do futuro, bem como a convivência sadia com os outros, quaisquer que sejam os seus pareceres e opções de vida. 
Os pais e os encarregados de educação, os catequistas e os chefes do escutismo, devem ter ideias claras sobre os objectivos propostos, para que não facilitem às crianças e aos adolescentes opções exclusivas, mas, pelo contrário, os motivem a aproveitar, com interesse e boa vontade, tudo quanto, no campo educativo, se lhes proporciona para seu bem. 
Há hoje gente apostada em perturbar, em diversos campos e aspectos, a educação das crianças e dos jovens. A educação moral e religiosa nas escolas é um direito dos pais e dos filhos, que a Igreja Diocesana toma muito a sério. Que os mais interessados procedam de igual modo. Fazer, a tempo, a matrícula nesta aula é um dever que os pais não devem descurar. 
Está também aí, uma prova de amor e interesse pela sua formação. Recomendo aos párocos que ajudem a compreender este dever àqueles pais cristãos que ainda o não compreenderam, ou que, por descuido, dão lugar a omissões perigosas e consequentes em relação a um aspecto importante da educação dos seus filhos. 

António Marcelino, 
bispo de Aveiro

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