Penso que nunca se escreveu tanto sobre um Papa como agora. João Paulo II foi, sem sombra de dúvida, um Papa mediático, como jamais houve na história da Igreja. O seu longo pontificado e as inúmeras viagens apostólicas que fez, a par de um grande interesse por temas sociais, sempre na defesa dos homens sofredores e da denúncia das injustiças, terão contribuído para isso. Os aspectos teológicos, a procura do diálogo ecuménico e inter-religioso, a capacidade de perdoar e de pedir perdão, bem como o seu carisma para atrair os jovens, também ajudaram a que João Paulo II fosse respeitado e amado por todo o mundo.
Como legado, deixou-nos imenso para ler e para meditar, que todos haveremos de aproveitar, quando a comoção nos deixar. Penso até que, em torno da sua memória e da herança que nos legou, não deixarão de surgir centros de estudos e de reflexão.
Hoje, contudo, gostaria de recomendar aos meus leitores que fossem recolhendo algumas publicações que têm estado a aparecer no mercado, muitas delas de iniciativa dos grandes órgãos de comunicação social. Grandes jornais e revistas fizeram edições especiais, recheadas de elementos históricos ligados a Karol Wojtyla, o Papa que veio de Leste, com toda uma experiência de luta e de sofrimento provocados pelo regime comunista, para incutir um novo ânimo à Igreja.
Tenho lido muito do que se tem publicado e permito-me destacar a edição especial da revista SÁBADO, com a indicação de que é "para guardar". A vida de Karol Wojtyla, a relação com Portugal e a devoção a Fátima, a sua influência na queda do comunismo, as melhores fotografias e o sofrimento dos últimos anos são títulos da revista que procura fazer um retrato de João Paulo II, "Um Papa Notável".
Nesta revista, há de tudo um pouco: a vida, as visitas, os atentados, as doenças, a influência, a política, as polémicas, os números, as viagens, os poderes e os Papas, entre outros temas. Depois, há os comentários de Francisco Sarsfield Cabral, Vítor Feytor Pinto, Jaime Nogueira Pinto, Aura Miguel, Peter Stilwell e Marcelo Rebelo de Sousa. As fotografias são excelentes. É, de facto, uma revista para guardar.
Fernando Martins
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