Na homilia da missa votiva para a eleição do novo Papa, que decorreu na Basílica de São Pedro, em Roma, esta manhã, o Cardeal Ratzinger, Decano dos Cardeais eleitores, sublinhou que "o Conclave é hora de grande responsabilidade".
Falando contra a "ditadura do relativismo", que não reconhece nada como definitivo, o Decano dos Cardeais vincou que "a nossa medida, porém, é Jesus, o verdadeiro homem".
Depois de agradecer a Deus pelo Pontificado de João Paulo II, o Cardeal Ratzinger pediu a todos os presentes: "rezemos ao Senhor que nos dê um Pastor segundo o seu coração, que nos guie para o conhecimento de Cristo, o seu amor, a verdadeira alegria."
Todos os Cardeais eleitores concelebram esta Eucaristia solene, em latim. Os Cardeais não eleitores estavam sentados na primeira fila.
A homilia foi uma meditação sobre as leituras da Bíblia proferidas durante a missa, com o Cardeal alemão a esclarecer que iria abordar "apenas algumas passagens que dizem respeito a um momento como este", tendo sublinhado o desafio de a Igreja assumir uma "fé adulta", que não siga "as ondas da moda e da última novidade".
"Quantos ventos de doutrina conhecemos ao longo dos últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muito agitada por estas ondas" e "atirada de um lado para o outro: do marxismo ao liberalismo, até ao libertinismo; do colectivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo", referiu.
O Cardeal Ratzinger conclui assinalando que "a única coisa que permanece para a eternidade é tudo aquilo que semeamos na alma humana: o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria do Senhor".
Hoje mesmo, da parte da tarde, haverá, na Capela Sistina, a primeira votação, com a participação dos 115 cardeais eleitores, isto é, os que têm menos de 80 anos. Se houver Papa, nessa altura, o fumo branco anunciará ao mundo essa grande nova.
Fonte: Agência Ecclesia