domingo, 9 de janeiro de 2005

IDOSO: livro vivo Ontem, como sublinhámos neste espaço, houve um encontro de idosos para celebrar a Festa dos Reis. Foi um encontro de gerações, com a participação de muitos jovens que se associaram à festa, mas de tudo o que vimos e mais nos sensibilizou foi, sem dúvida a ternura dos menos velhinhos, que souberam dar largas à sua alegria, sem complexos e sem aparentes angústias. Com simplicidade, com naturalidade e em perfeita comunhão. Encontro bonito, no respeito por muitos que são ignorados pelas próprias famílias, nos lares que habitam, merece aplausos e estamos em crer que será sempre uma festa para repetir. É costume dizer-se que um velhinho, quando morre, é um livro vivo que desaparece. Livro que, decerto, poucas vezes terá sido lido, quando a sabedoria que ele contém muito precisava de ser mais conhecida. Sempre gostámos de ouvir os velhinhos, mesmo quando as suas histórias são repetidas vezes sem conta. Deles temos aprendido muito, ou não fossem todos depositários de um saber feito de vida. Que haja festas, que são sempre um ponto de partida para mais nos aproximarmos dos velhinhos, mas que haja também, da nossa parte, um esforço permanente para mais convivermos com eles, em nossas casas, nos lares, nas ruas, onde quer que eles estejam. F.M. De HERMANN HESSE “O que seria de nós, os velhos, se não tivéssemos esse livro ilustrado que é a memória, toda essa riqueza de experiências vividas! Seria uma situação lamentável, seríamos uns miseráveis. Deste modo, porém, somos imensamente ricos e não nos limitamos a arrastar uma carcaça cansada, de encontro ao fim e ao esquecimento; somos guardiães de um tesouro que viverá e resplandecerá enquanto nós próprios respirarmos” Do livro Elogio da Velhice

Sem comentários:

Enviar um comentário