sábado, 11 de julho de 2020

Dar sangue é preciso


No dia 21 de julho, a Câmara Municipal de Ílhavo promove, em parceria com o Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra, uma sessão de dádiva de sangue, na Galeria do Edifício dos Paços do Município, entre as 9h00 e as 13h00. A dádiva exige marcação prévia pelos telefones 234 329 625 ou 234 329 649, até ao dia 17 de julho.
Não será preciso sublinhar a importância de dar sangue... Todos sabem que, momento a momento, há sempre alguém a necessitar de sangue. Daí que sinta ser minha obrigação divulgar esta iniciativa. Já dei sangue  quando era mais novo e saudável, mas presentemente já não posso contribuir para salvar vidas. Os que puderem... não se esqueçam de telefonar.

Boa recordação - Livraria Lello



Já lá vai um certo tempo... Na Livraria Lello (Lello & Irmão), onde era preciso pagar bilhete para entrar, que depois seria abatido na despesa ali feita, saboreei um centro turístico de projeção internacional, ou não seja ela uma das mais famosas livrarias do mundo. Tanto quanto era fácil de perceber, não faltava gente a apreciar, tecto e escadarias, estilo arte nova, fotografando sem cessar. Hei de voltar, se Deus quiser. 

Furadouro: Arte na praia


A arte fica  bem em qualquer sítio e é sempre inspiradora. Que este caso sirva de exemplo a muitos autarcas. São os meus votos.

Desconfinar a Igreja. 3

Crónica de Anselmo Borges 



“Quando sairmos desta pandemia, não poderemos continuar a fazer o que fazíamos e como vínhamos a fazer. Não. Tudo será diferente.”

Papa Francisco 

1. A crise pandémica faz-nos tomar consciência de outras crises: crise económica, crise social, ecológica, crise moral... E, fala-se pouco dela, mas a crise mais profunda é a crise de Deus. Já Karl Rahner, um dos maiores teólogos do século XX, perguntava: O que aconteceria, se a simples palavra “Deus” deixasse de existir? E respondia: “A morte absoluta da palavra ‘Deus’, uma morte que eliminasse até o seu passado, seria o sinal, já não ouvido por ninguém, de que o Homem morreu.” Váklav Havel, o dramaturgo e político, pouco tempo antes de morrer, surpreendeu muitos ao declarar que “estamos a viver na primeira civilização global e também vivemos na primeira civilização ateia, numa civilização que perdeu a ligação com o infinito e a eternidade”, temendo, também por isso, que “caminhe para a catástrofe.” 
Citando G. Gusdorf, G. Minois conclui a sua História do ateísmo “com um quadro implacável e lúcido” da Humanidade do ano 2000: “Vive no Grande Interregno dos valores, condenada a uma travessia do deserto axiológico de que ninguém pode prever o fim.” Já nos finais do século XX, houve a tomada de consciência de “ao eclipsar-se, Deus levou consigo o sentido do mundo”. Continua: o futuro é imprevisível, porque o ateísmo e a fé enquanto compreensão global do mundo andaram sempre juntos. A ideia de Deus era um modo de apreender o universo na sua totalidade e dar-lhe, de forma teísta ou ateia, um sentido. Assim, a divisão hoje não está tanto entre crentes e descrentes como entre “aqueles que afirmam a possibilidade de pensar globalmente o mundo, de modo divino ou ateu, e os que se limitam a uma visão fragmentária em que predomina o aqui e agora, o imediato localizado. Se esta segunda atitude prevalecer, isso significa que a Humanidade abdica da sua procura de sentido.”

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Ainda o naufrágio do Ilhavense II

Memória - Um texto de Helder Ramos 

Manuel Ramos Casqueira, num dóri do Ilhavense II
1954, Terra Nova, no Virgin Rocks

A propósito do testemunho de António Tomé da Rocha Santos, publicado na Agenda Viver em Julho, ocorreu-me evocar memórias do meu pai, Manuel Ramos Casqueira, que, à época a que a memória reporta, era escalador especial no lugre Ilhavense II. 
Ainda não tinha sete meses de matrimónio cumpridos, quando, naquele fatídico 15 de agosto de 1955, ocorreu o seu segundo naufrágio, desta vez causado por um incêndio vindo das máquinas. 
Essas memórias nunca mais saíram do seu «álbum», por terem felizes cálculos que a vida se foi encarregando de fazer pelo tempo fora. É que o naufrágio deu-se num dia bem lembrado para os católicos, daí as manifestações de profundo reconhecimento da tripulação, quando chegados a bordo do USCGC Mendota, uma embarcação preparada para manobras militares, mas que fazia vigilância marítima às embarcações no Atlântico Noroeste
Recordava o meu pai que as manobras de acostagem deixaram o pessoal bastante receoso, já que a idade de certos homens não lhes permitia arrojarem-se lestamente para a rede que o navio da guarda-costeira lançara na direção do Ilhavense II. E as quase 11 horas de espera pelo navio-patrulha já não dava grandes esperanças de salvamento. 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Ser Feliz: Dar Fruto a Cem por Um

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XV do Tempo Comum



Jesus sai de casa, em Cafarnaum, e vai sentar-se à beira mar, assim narra Mateus o início de um dia de trabalho. Aqui, ocupado com os seus sonhos da missão, vê-se rodeado de numerosas pessoas desejosas de o ouvirem. Ao vê-las, levanta-se, entra numa barca, afasta-se da margem e começa a falar em tom familiar, narrando a parábola do semeador que lança à terra a semente. Mt 13, 1-23
O Papa Francisco, no seu comentário intitulado “limpar o terreno do nosso coração” afirma: “A parábola diz respeito sobretudo a nós: com efeito ele fala mais do terreno que do semeador. Jesus faz, por assim dizer, uma «radiografia espiritual» do nosso coração, que é o terreno sobre o qual a semente da Palavra cai. O nosso coração, como um terreno, pode ser bom, e então a Palavra dá fruto – e muito -, mas pode também ser duro, impermeável. Isto acontece quando ouvimos a Palavra, mas ela escorrega, precisamente como numa estrada: não entra”. .
A narração da parábola de Mateus compara a Palavra de Deus a uma semente, cheia de vigor, que o agricultor lança à terra. Jesus tem perante si a multidão encantada com os seus ensinamentos e quer iniciar os discípulos na compreensão dos mistérios do Reino. Está na margem do Lago de Tiberíades, onde se encontram barcos arrumados após a faina da pesca.
Mateus – o autor do relato – escolhe este cenário para dar início à parábola do semeador, a primeira de sete. De permeio, aduz a razão de Jesus optar por lhes falar em parábolas: “Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo”.
As “coisas ocultas” referem-se ao Reino de Deus, presente de forma velada na humanidade e agora anunciado explícita e publicamente por Jesus. Reino que é presença benfazeja, garantia de situações mais humanizadas, gérmen de um plenitude desejada, realidade promissora sujeita às leis do tempo e condicionada pelas forças que se cruzam na natureza e na história. Reino que, sendo de Deus e tendo o seu dinamismo, é realizado por Jesus e prosseguido por aqueles que aceitam a sua palavra e se fazem seus discípulos (Igreja nascente). Reino que é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” Rm 14, 17.
“Felizes os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque ouvem” declara Jesus, com selo de garantia sem prazo de limite de validade, aos discípulos desejosos de compreenderem o alcance do que estava a acontecer. Felizes os que têm o olhar puro e apurado, descobrem as sementes do reino, quais sinais da presença de Deus no mundo, e exultam com os esforços humanos por lhes dar rosto pessoal na convivência social e nas comunidades cristãs.
Felizes os que ouvem os gemidos de tantos milhões e as boas notícias de quem procura ajudá-los na sua libertação do jugo infernal da fome, da sede, da doença, da ignorância, da guerra. Felizes os voluntários de todas as causas humanitárias que testemunham confiadamente os valores da solidariedade fraterna, do compromisso libertador, da entrega generosa por amor de doação. Esta é a boa semente que produz a cem por um.
“O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura – afirma o Papa Francisco - por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação profunda adquire maior sensibilidade face às necessidades dos outros. E, uma vez comunicado, o bem radica-se e desenvolve-se” (A Alegria do Evangelho, nº 9).

Pe. Georgino Rocha

Corrupção, Peculato, Fraude...

«Corrupção, peculato, fraude, todas estas são características que existem por todo o lado. É lamentavelmente a forma como a natureza humana funciona, quer queiramos ou não. O que economias bem-sucedidas fazem é mantê-las no mínimo. Ninguém alguma vez conseguiu eliminar qualquer dessas coisas»

Alan Greenspan (1926-), 
economista

Publicado em Escrito na Pedra do PÚBLICO de hoje

Nota: Se não as pudermos eliminar, isso não significa cruzar os braços. Importa lutar até ao fim dos nossos dias... 

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