sábado, 28 de março de 2020

E A MISSA?

Igreja mais aberta a novos horizontes


Há um velho ditado que ouvia em pequeno e que levava a sério: “Não há sábado sem sol, domingo sem missa e segunda-feira sem preguiça.” Era recordado com frequência pela minha mãe… E eu acreditava piamente. 
Com o tempo, fui dando conta de que não era bem assim. Só batia certo o que dizia respeito ao domingo. Quando experimentei um sábado sem sol, com chuva torrencial e vento ciclópico, lembrei o caso à minha mãe que logo adiantou tratar-se de um sábado muito raro, mas mesmo muito raro. Deu-se o mesmo com uma segunda-feira em que eu acordei com vontade de a ajudar na lida da casa. Mas ela voltou à carga: Mas conheces algum domingo sem missa? — questionou-me a minha saudosa mãe. Realmente, o que dizia respeito ao domingo era verdade indiscutível. 
Com o coronavírus (COVID-19), aconteceu, pela primeira vez na minha vida, com mais de oito décadas, a suspensão das Eucaristias e outras cerimónias comunitárias, mantendo-se as privadas, isto é, sem participação das pessoas. 
A Missa é a celebração fundamental da igreja católica, tornando presente o mistério da fé dos crentes assente na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. E «Todos participavam fielmente no ensino dos apóstolos, na união fraterna, no partir do pão e nas orações», lê-se nos Atos dos Apóstolos». 
Ao longo do tempo, a celebração das missas estendeu-se aos doentes e outros via televisão e rádio, mas com o maldito vírus que está a causar estragos por todo o mundo, não se vislumbrando a sua morte nem cura para muitos dos que são atacados por ele, a Igreja alargou-as aos católicos, em geral, por diversas formas de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias. Não é o mesmo, mas sempre é uma boa forma de manter viva a fé dos crentes. E talvez esta abertura mais alargada da Igreja aos meios de comunicação social seja um ponto de partida para novos horizontes. 

Fernando Martins 

NOTA: Reeditado em 1 de abril de 2020

A DANÇA DAS HORAS



Logo mais, pela madrugada do dia 29 de março, a dança das horas vai repetir-se. Depois da meia-noite, já pode adiantar uma hora, mudando para a hora de verão. Aconselho logo depois porque pode esquecer-se e baralha os seus compromissos para o domingo. Depois, talvez com alguma dificuldade, habituamo-nos e até gostamos. Há quem defenda que a chamada hora do verão é melhor. Eu também acho... mas quem manda é que sabe.

PAINEL CERÂMICO DE ZÉ AUGUSTO

Para recordar e apreciar 


Na rotunda da cintura interna, na Cale da Vila, foi inaugurado um painel cerâmico do artista aveirense Zé Augusto, para assinalar a ligação ferroviária ao Porto de Aveiro e as novas estruturas rodoviárias que lhe estão ligadas.
Sempre gostei de arte nas ruas da cidade. De qualquer cidade e mesmo das vilas e aldeias. É uma forma positiva de educar a sensibilidade artística do povo local e de quem por elas passa. Congratulo-me, por isso.
Acresce o facto de o painel ser da autoria de um dos mais expressivos artistas aveirenses desta área, já representado, também numa obra da responsabilidade da APA (Administração do Porto de Aveiro), no paredão da Meia-Laranja, na Praia da Barra. Aqui fica o convite aos meus amigos para que passem por lá para apreciar mais este trabalho de Zé Augusto.

F. M.

NOTA: Publicado no meu blogue há 10 anos 

sexta-feira, 27 de março de 2020

A SITUAÇÃO DE ESTARMOS EM CASA...


A situação de estarmos limitados às paredes da nossa casa, por mais cómoda que ela seja, cria em nós, por vezes, alguma angústia. Não é uma angústia capaz de nos atirar para a marquesa de um qualquer psiquiatra ou psicólogo, mas será uma espécie de fuga à obrigatoriedade imposta pelos nossos governantes e demais governantes dos Estados afetados pelo COVID-19. No meu caso, que até sou muito caseiro, aconteceu-me sonhar com uma saída para dar por aí umas voltas. Não fui pelo que isso poderia acarretar para a minha saúde e porque espero que esta situação, que atinge muitos milhares de portugueses e muitos milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, se resolva a tempo de aproveitarmos os dias agradáveis com sol luminoso e noites tranquilas que devem estar a chegar. E depois, sim, poderemos sair para espairecer. 
Com estas cogitações e estados de alma, lembrei-me da ilha de São Miguel, Açores. E como gostaria de lá voltar. 

F. M.

UM POEMA DE SOPHIA PARA ESTE TEMPO


Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

(Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto')[1]

Li aqui 

JESUS FAZ REVIVER LÁZARO MORTO

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo V da Quaresma

“Lázaro, sai para fora”, ordena Jesus com voz forte e determinada. E ele levanta-se e sai amortalhado, como havia sido colocado na sepultura. Jesus continua, dirigindo-se aos circunstantes: “Desligai-o e deixai-o ir”. E João, o narrador do sucedido, conclui: “Ao verem o que Jesus fez, acreditaram n’Ele”. Jo 11,1-45
A revivificação de Lázaro constitui um sinal, na sequência de outros, que visam manifestar quem é Jesus e provocar a adesão à sua pessoa e mensagem: a água transformada em vinho nas bodas de Caná; o pão abençoado e repartido pela multidão; a cura do paralítico junto à piscina e a do cego de nascença; a doação da própria vida como belo e bom pastor; a vitória sobre a morte, simbolizada em Lázaro, e realizada aquando da ressurreição. Estes e outros sinais credenciam um conjunto de ensinamentos sobre a acção inovadora do Messias e induzem as testemunhas a tomar posição, aceitando ou rejeitando o que presenciam e ouvem.
Qual a nossa atitude perante tantos sinais de novidade que a vida nos traz? Deixamo-nos interpelar e somos consequentes? Aproveitemos a oportunidade que a quaresma nos oferece e as interpelações que o coronavírus suscita.
Lázaro adoece. As irmãs, Marta e Maria, mandam recado a Jesus que, na sua missão, andava por longe de Betânia, terra desta família. Eram amigos. Querem que Ele saiba e mantêm o secreto desejo de que a amizade abra caminho à visita tão desejada.

quinta-feira, 26 de março de 2020

SEM SAIR DE CASA



Uns telefonemas deram-nos conta de que alguém pensou em nós. 
E não poderemos  fazer o mesmo? 

Sem me sentir doente, estou obrigado por leis ditadas pelo coronavírus a ficar em casa. À partida é coisa simples: levantar, preparar para o dia, tomar as refeições, ouvir ou ver as notícias, escutar uma ou outra análise, umas catastróficas e outras animadas pela pedagogia da esperança, arejar a cabeça, estimular os sentidos e pensar no dia em que poderei sair, livremente, sem medo de contágios. 
Perante o incerto, dou comigo a pensar nos dias que se adivinham muito difíceis para os sem trabalho e sem emprego, com cortes salariais, sem recursos para uma vida digna. Empresas que suspendem a laboração, negócios de portas trancadas, escolas e instituições encerradas, famílias sem dinheiro para as compras do dia a dia. 
Os números de infetados com o COVID-19 continuam a crescer e as mortes enlutam famílias pobres e ricas, com predominância dos mais idosos, os mais fragilizados, perante a nossa incapacidade. 
Uns telefonemas deram-nos conta de que alguém pensou em nós. E não poderemos  fazer o mesmo, contactando familiares, amigos e conhecidos…? 

F. M.

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