sábado, 5 de novembro de 2016

“Continuo a perguntar-me se a reforma faz bem à saúde”


«"Não basta acrescentar anos à vida. É preciso que esses anos sejam vividos bem", enfatiza Maria João Valente Rosa, que dirige a Pordata, base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos. A demógrafa e professora universitária defende que deveria ser possível continuar a trabalhar após a reforma»

No PÚBLICO de hoje

Os reformados/aposentados têm mesmo de se questionar sobre a forma como estão a viver depois de deixarem definitivamente as suas ocupações profissionais. Mas será que a qualidade de vida lhes garante uma velhice tranquila, alegre e feliz? Ou, como sugere o texto escrito por Alexandra Campos, a reforma não faz bem à saúde?
A esta e a outras perguntas responde Maria João Valente Rosa. Mas também adianta que o ideal seria continuar a trabalhar após a reforma. E eu acrescento: na mesma profissão ou noutras.

Homenagem a João Lobo Antunes

Crónica de Anselmo Borges 


João Lobo Antunes
Para um dos colóquios Igreja em Diálogo, sobre "Religião e (In)felicidade", também convidei o professor João Lobo Antunes, para falar precisamente sobre "Sofrimento, medicina e o transcendente". Mandou-me o texto da conferência, que ainda não publiquei. O que aí fica é um brevíssima síntese, que é, julgo, a melhor homenagem que posso prestar ao amigo, médico de fama mundial, professor ilustre, homem da cultura, mestre da escrita, humanista, cristão.
"O papel da espiritualidade no contexto do sofrimento e da doença é tema que entre nós habitualmente se mantém circunscrito ao domínio de uma visão confessional da medicina ou da saúde em geral. Devo dizer que este é tópico que me tem ocupado regularmente ao longo dos anos, estimulado, quem sabe, por uma angústia metafísica que periodicamente emerge."

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

E se encontrassem o corpo de Jesus?

Equipa de cientistas anda a escavar no Santo Sepulcro. 
A descoberta de um corpo podia "abalar a fé de milhões"


Interpelações aos vivos do Deus da Vida

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus aproveita a oportunidade que a pergunta insidiosa dos saduceus proporciona para mostrar quem é Deus e afirma sem rodeios que é o Deus dos vivos e da vida. Procura assim “configurar” o rosto de Deus Pai, fonte de vida e de felicidade, aliado incondicional de cada ser humano que trata com seu filho querido. Mesmo quanto este vive situações indignas e degradantes, vítima de si mesmo ou de condições sociais e religiosas, consciente da dignidade perdida e desejoso de a ver reabilitada ou resignado na sua passividade induzida.
A pergunta dos saduceus, elite aristocrática de Jerusalém, pretende “entalar” Jesus sobre uma questão delicada: a ressurreição dos que morrem, a relação entre eles, a compreensão da vida futura. Assunto em que eles não acreditam, mas que lhes dá jeito pelas questões que envolvem. E recorrem a um suposto caso de vida em que uma família tem sete filhos que, sucessivamente, vêm a casar com uma mulher que vai ficando viúva à medida que cada um deles morre. Finalmente morre também ela. “A quem pertence no futuro, uma vez que foi esposa dos sete?
Jesus eleva a questão ao seu verdadeiro nível e diz-lhes com apoio na tradição bíblica em que eles também acreditam que Deus é Deus dos vivos, que para Ele todos vivem, que a todos oferece a ressurreição feliz. Fica desmontada a armadilha e esclarecida a verdade a respeito de Deus, do ser humano, da vocação da humanidade: acolher a vida como dom de Deus e missão nossa. A ressurreição não é um regresso, nem um prolongamento da vida presente. É novidade completa garantida por Deus e acontecida em Jesus de Nazaré, que ressuscita após a sua morte de cruz.

Concerto de encerramento do Ano Santo da Misericórdia

SÉ DE AVEIRO
12 NOVEMBRO 2016 | 21H30



No próximo dia 12 de novembro, pelas 21h30, decorrerá na Sé de Aveiro um concerto sob a direção de António Mário Costa com João Santos ao órgão, a soprano Helena Santos e com os Coros da Catedral de Aveiro e de Santa Joana.
Esta ação, integrada no encerramento do Ano Santo da Misericórdia, é organizada pela Comissão Diocesana da Cultura em parceria com a anfitriã Paróquia de Nossa Senhora da Glória.

Nota: Informação da Diocese de Aveiro

Revista “Igreja Aveirense”

Um precioso contributo 
para a história da igreja de Aveiro



A revista “Igreja Aveirense”, editada pela Comissão Diocesana da Cultura, apresentou, recentemente, o n.º 1, referente a janeiro/junho de 2016, iniciando assim o XII ano da sua publicação. Trata-se de uma edição semestral, tendo nascido com o objetivo, entre outros, de ser um repositório do que de mais relevante acontece na comunidade diocesana. Nessa linha, oferece a todos, aveirenses e não só, um precioso contributo para o conhecimento da história e realidade da diocese, mas também das paróquias e suas iniciativas, as quais, de algum modo, podem estimular novos desafios.
Este número nasceu sob o signo de “viver a alegria da fé”. No texto com título em epígrafe, sublinha o padre Georgino Rocha, assistente da comissão, que «Evangelizar a fé de estilo popular constitui desafio pastoral humanizante a assumir constantemente, mas sobretudo agora que o religioso se dilui em tantas expressões a “gosto” de cada pessoa e, frequentemente, transmite uma imagem desfigurada de Deus e das constelações do sagrado. E gera também problemas sociais complexos às comunidades cristãs e suas festas tradicionais». 
A propósito deste parágrafo, direi que Georgino Rocha pôs o dedo na ferida que dói quando olhamos para o que se passa à nossa volta, no mundo real e virtual. As imagens de Deus e do sagrado andam desfiguradas por cada canto, em palavras, gestos e ações. 
A revista tem muitos e variados capítulos que seria fastidioso enumerar, mas importa dizer que o nosso Bispo, D. António Moiteiro, tem, como deve ter, lugar de destaque, com mensagens, notas pastorais, homilias, nomeações e decretos, entre notícias, acontecimentos, visitas e outras participações eclesiais, culturais e sociais.
As instituições de Ensino e Cultura, Movimentos e Obras de Apostolado, bem como publicações de âmbito diocesano e religioso, têm nesta revista lugar marcado desde a primeira hora. 
Na Igreja Aveirense evoca-se o padre Rogério António da Cruz Oliveira, falecido no período a que corresponde a revista, e o dom do seu ministério como sacerdote. No último capítulo, Pessoas Notáveis, o destaque vai, com todo o mérito, para D. António Francisco dos Santos, que foi nosso bispo e é, presentemente, Bispo do Porto, e para D. Maria da Conceição Marques, natural de Calvão, Vagos, exemplo cristão de mãe de família e referencial marcante de gerações.
Igreja Aveirense congratula-se com a atribuição, pela Câmara Municipal, da medalha de mérito da Cidade e do Município de Aveiro, grau ouro, a D. António Francisco dos Santos, pela «excelência do seu desempenho», enquanto bispo da nossa diocese.

Fernando Martins

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Bois que lavram o mar...


De passagem por S. Jacinto, no domingo, onde tomei o Ferry Boat para regressar a casa, apreciei,  sobremaneira, o arranjo urbanístico da marginal. Muita gente por ali gozava a tarde acolhedora que dava vida e alegria àquele espaço para turistas e moradores se cruzarem, num vaivém contínuo. Outros esperavam como eu a hora da partida do Ferry.
Enquanto cirandava à procura de rostos conhecidos e de ângulos para a fotografia, verifiquei que havia frases escritas no chão da marginal. E uma muito próxima de outra que eu já conhecia.

A de S. Jacinto diz assim:

"Estranha gente esta onde os bois lavram o mar"

Penso que a ideia foi boa, mas trata-se de um lapso em relação à original, publicada no livro de Raul Brandão, "Os Pescadores". Diz o grande escritor, citando Ferdinand Denis:

"Que estranho país é este onde os bois vão lavrar o próprio oceano?!..."

A ser reescrita a frase, é fundamental que ela seja acompanhado do nome do autor, que não foi Raul Brandão, como muita gente pensa e diz. Ele limitou-se a citar...