sábado, 28 de maio de 2005

CORAGEM PODE EVITAR ESTAGNAÇÃO

Posted by Hello José Sócrates
Duarte Lima: “Há que ter a frontalidade de o dizer, sem subterfúgios ou meias palavras: as duras decisões anunciadas esta semana no Parlamento pelo primeiro-ministro, José Sócrates, revelam uma invulgar coragem política para os nossos costumes.” Mário Bettencourt Resendes: “ [Sócrates] faltou à palavra dada na campanha eleitoral, mas com isso é provável que tenha poupado aos portugueses mais alguns anos de estagnação económica e social.”

Para grandes males, grandes remédios

Penso que Portugal estava mesmo a precisar, há muito, de alguém que não brincasse com coisas sérias e que não adiasse por mais tempo a construção de estruturas políticas, económicas e sociais, que servissem de base a um país moderno, justo e solidário.
Moderno, para acompanhar, de forma dinâmica e responsável, os seus parceiros da UE, sabendo-se que Portugal se encontra na cauda da carruagem do progresso; Justo, acabando de uma vez por todas com portugueses-filhos (os trabalhadores do sector públicos) e portugueses-enteados (os trabalhadores do sector privado); Solidário, fazendo com que os ricos paguem mais, para que os mais pobres paguem menos. É certo que a perda de regalias é normalmente mal aceite, mas também é verdade que, num país em crise, se torna impossível equiparar os dois sectores de um dia para o outro, olhando só para os que estão na mó de baixo. A coragem de Sócrates vai ter muitos inimigos e até creio que alguns dos que votaram no PS já estarão arrependidos. Porém, se se pensar um bocadinho, temos de convir que, para grandes males, grandes remédios. E se estes remédios, agora anunciados, resultarem, todos ficaremos a ganhar. Fernando Martins

"O MUNDO DE SOFIA"

Um Livro para todas as idades


No “Mil Folhas” desta semana (Suplemento literário do "PÚBLICO"), Carlos Ademar Fonseca, autor de “O caso da rua Direita”, editado pela “Oficina do Livro”, diz no “Inquérito”, em resposta a uma pergunta sobre o último livro que ofereceu, que “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, está nas suas preferências. Isto porque, como sublinhou, “é um verdadeiro manual de Filosofia, que devia ser obrigatório por decreto. É magnífica a metáfora do insecto que passa a vida a cirandar sobre a pele do coelho e que um dia resolve subir por um pêlo acima e, à medida que subia, alargava os seus horizontes, e quando chegou ao cimo do pêlo maravilhou-se com a paisagem”. 
Li esta obra, editada pela “Presença”, em 1995, ano em que saíram quatro edições, em Portugal. Encantei-me, então, com a aventura em que embarquei através da história da Filosofia, na companhia de Sofia e de uma personagem misteriosa. Era e é um livro fundamentalmente para jovens, que os adultos também podem e devem ler. Carlos Ademar Fonseca recomenda-o a pessoas no fim da adolescência ou a jovens adultos. Eu li-o já cinquentão e não me arrependi nada. 

F. M.

CHOQUE

Posted by Hello
Há gente avisada que nunca é ouvida Esta semana, os portugueses sofreram um choque com o anúncio da subida de impostos para se tentar diminuir o défice das finanças públicas, que pode atingir os 6,83 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), até ao fim deste ano, se nada se fizer para o reduzir, segundo revelou uma comissão presida pelo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio. No fundo, esse anúncio não foi uma surpresa, porque toda a gente já sabia que Portugal está numa situação difícil, mas a verdade é que ninguém gosta de acreditar no pior, mesmo quando a realidade está à vista de todos. Este problema do défice público não é de agora, muito menos dos últimos Governos. Já vem detrás, mesmo dos Governos de Cavaco Silva, sobretudo quando o Estado começou a aumentar, desmedidamente, os encargos com a administração pública e com outras despesas correntes. E também quando iniciou uma política de regalias sociais aos seus servidores, aos políticos e ex-políticos, quando fez obras incompatíveis com a nossa dimensão e capacidades, quando, enfim, começou a gastar, no dia-a-dia, mais do que recebia dos impostos dos portugueses. Há muito que os mais avisados têm vindo a chamar a atenção para a necessidade de se reduzirem as despesas correntes, como única forma de equilibrar as finanças públicas, já que os rendimentos são curtos e os hábitos de muitos portugueses estão marcados pelo princípio de que é correcto enganar o Estado, fugindo ao fisco. É sabido, por exemplo, que a grande maioria das empresas portuguesas apresenta prejuízos no fim do ano, boa forma de não pagar impostos. E no entanto, essas empresas continuam a laborar, como se tudo estivesse bem, sem que haja, por parte dos Governos, quem vá saber o que se passa. O pior, porém, veio agora, com o primeiro-ministro a dizer que tem mesmo de subir os impostos, para tentar debelar a crise. Ninguém gostou, claro, porque se vai mexer no bolso de cada um, sobretudo dos trabalhadores que nunca puderam escapar às malhas do fisco. Os mais frágeis, afinal. No entanto, há analistas que alertam para outras soluções, sem que aparentemente ninguém os ouça. Medina Carreira é um deles. Diz ele, por exemplo: Para quê tantos deputados? Metade não bastaria para discutir as nossas leis? E para quê tantos Ministérios? Doze não seriam capazes de coordenar as políticas governamentais? E porquê um sem-número de assessores dos ministros e de autarcas, a todos níveis? E para quê o TGV e um novo aeroporto, quando há cidades, vilas e aldeias sem acessos mínimos? E para quê tantos estádios de futebol para o Euro 2004, se alguns estão sempre às moscas? E para quê os submarinos, se os nossos militares estão mais vocacionados para colaborar na manutenção da paz? E porquê o escândalo de alguns políticos ficarem com subvenções vitalícias, ao fim de 12 anos de trabalho? E porquê as reformas milionárias, num país pobre? Responda quem souber. Fernando Martins

sexta-feira, 27 de maio de 2005

Voltar a CHAVES para matar saudades

Ponte Romana
Na capital do Alto Tâmega com amigos 


Voltar a Chaves, mesmo que só um dia, é sempre um prazer. Encontro amigos, calcorreio ruas que há anos me foram familiares, nos tempos em que por lá fazia campismo com a família, aprecio jardins cuidadosamente tratados, contemplo monumentos carregados de história e respiro o ar puro do Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes, no dizer poético, mas autêntico, de Miguel Torga. 
Na quinta-feira, dia do Corpo de Deus, fui encontrar a capital do Alto Tâmega com toda a sua beleza e conviver com gente solidária, que sabe cultivar amizades através dos tempos. O motivo da minha visita foi a comunhão solene de uma criança, a Alexandra, que há anos tive o privilégio de baptizar, na qualidade de diácono. E foi muito bom recordar outras estadas em Chaves, cujos recantos e pessoas tive a dita de conhecer de perto. 
Foi então, com muita satisfação, que voltei a apreciar a igreja de Santa Maria Maior, a Igreja Matriz, como é conhecida. Templo românico, mas muito alterado nos meados do século XVI. Ao lado, lá está a Igreja da Misericórdia, do Estilo Barroco, onde um dia participei numa missa que durou uns 20 minutos. O sacerdote, velhinho, celebrou sentado para não se cansar muito. 
Olhando à volta, como podia ficar indiferente à Torre de Menagem, resto do primitivo castelo mandado construir por D. Dinis, no século XIV. Ruas estreitas, medievas, circundam a praça principal, a Praça Camões (Segundo José Hermano Saraiva, Luís de Camões teve as suas origens em Vilar de Nantes, Chaves, de onde eram naturais os seus avós), que mostra a Câmara Municipal, o Museu e a estátua de D. Afonso, Conde de Barcelos, Duque de Bragança e Senhor de Chaves, filho ilegítimo de D. João I, o de Boa Memória. Senhor de Chaves, que casou com a filha de D. Nuno Álvares Pereira, que lhe deu fortuna. 
Depois, foi a vez de contemplar a ponte romana que atravessa o rio Tâmega, construída entre o século I e o século II da nossa era, que ainda conserva intactos 12 arcos, que teimam em desafiar o tempo. Duas colunas, epigrafadas, são símbolos de gentes que ocuparam e viveram na Aquae Flaviae, a Chaves de hoje, tornada famosa pelo imperador Flávio Vespasiano, que ali chegou atraído pelo ouro da Serra da Padrela. O Forte de São Francisco, o Forte de São Neutel, igrejas e capelas, palacetes e jardins, de tudo um pouco nos oferece esta cidade que aceita como visitantes mais frequentes os nossos amigos espanhóis. Mas o que mais projecta a Capital do Alto Tâmega, desde a antiguidade até aos nossos dias, é, sem dúvida, a oferta termal. Balneário moderno, com águas bicarbonatadas, sódicas e hipertermais, das mais quentes da Europa (73º), garante cura a muitas maleitas. 
Estar em Chaves é recordar visitas a Espanha, em especial a Feces de Abajo, a aldeia fronteiriça que nos desafiava a experimentar, em espírito de aventura que os mais novos tanto apreciavam, os caminhos dos contrabandistas, para comprar caramelos, chocolates… entre outras coisas, mas também para beber coca-cola, bebida na altura proibida pelo doutor Salazar. 
Estar em Chaves é ter o gosto de saborear o seu genuíno presunto, os pastéis quentinhos com o nome da cidade, e o folar típico, como não há outro. E daqui ainda se saía à procura do vinho dos mortos, em Boticas, da Chega de Bois, em Montalegre, da Pedra Bolideira, na estrada que leva a Bragança, dos Castros da Curalha e de Carvalhelhos, este em Boticas. Sempre em excursões familiares, onde se cultivava o prazer da descoberta. Melhor que tudo, porém, estar em Chaves é conviver com gente estruturalmente sã e aberta, com uma capacidade enorme para preservar amizades. 
Afinal o Reino Maravilhoso que Miguel Torga tão bem pintou, reino de pedras e montanhas, de tradições e de gente determinada que sempre disse que “Para cá do Marão, mandam os que cá estão”. E ao falar dos transmontanos, o poeta da Criação do Mundo, dos Contos da Montanha, do Diário, dos Bichos e de Portugal, entre tantas outras obras, diz que são “fiéis à palavra dada, amigos do seu amigo, valentes e leais (…), ufanos da alma que herdaram”. 

Fernando Martins : 


De Miguel Torga

Chaves, 6 de Setembro de 1986 

Miradoiro
Não sei se vês, como eu vejo
Pacificado,
Cair a tarde
Serena
Sobre o vale,
Sobre o rio,
Sobre os montes
E sobre a quietação
Espraiada da cidade.
Nos teus olhos não há serenidade
Que o deixe entender.
Vibram na lassidão da claridade.
E o lírico poema que me acontecer
Virá toldado de melancolia,
Porque daqui a pouco toda a poesia
Vai acontecer.


Chaves, 26 de Agosto de 1990 



Visita sacramental a S. Caetano, um santo fronteiriço que tem na terra os serviços administrativos modelarmente organizados. “Meta as esmolas nos petos” – avisam os letreiros. E lá estão as tulhas para os cereais, a grade para os galináceos, e o orifício aberto na parede granítica da capela para encarreirar a pecúnia. 
Peregrino anual e céptico, não peço ao orago graças que sei que não pode conceder a um mau romeiro. Bebo-lhe a água gelada da fonte de três bicas, regalo os olhos na paisagem aberta e larga, espreito o cemitério visigótico precariamente preservado e fico satisfeito. Mas volto sempre, e sempre com a mesma curiosidade e disponibilidade emotiva. A minha bem-aventurança começou quando abri os olhos no mundo e há-de acabar assim, quando, já cansado, de tanto o ver e surpreender, os fechar.

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Chaves: Torre de Menagem

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Chaves: Igreja matriz, em dia de 1ª comunhão

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Chaves: Igreja romana de Outeiro Seco

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