no Diário de Notícias
Tive uma vez um breve encontro com ele em Roma. A impressão que me ficou: uma pessoa agradável, afável, reservada e tímida. E pude aperceber-me também da importância decisiva que tinha para ele o que se pode chamar a "pastoral da inteligência", isto é, a reflexão sobre o diálogo entre a razão e a fé.
Joseph Ratzinger também teve o seu momento de rebeldia e de progressismo, no Concílio Vaticano II, como aqui expliquei em múltiplas crónicas, concretamente em 2020, em cinco textos sobre "Bento XVI. Uma vida". Não se deve esquecer o que, imagino, foi para ele, mais tarde, um escândalo: defendeu a possibilidade de pôr fim à lei do celibato obrigatório e ordenar como padres homens casados exemplares bem como de recasados poderem aceder à comunhão. Chegou a dizer nas aulas, em Tubinga: "em Roma, como sabem, não se faz boa Teologia".