terça-feira, 20 de dezembro de 2022

NESTE NATAL

 
 
 Neste NATAL


“Neste Natal quero armar uma árvore
dentro do meu coração
E nela pendurar, em vez de presentes,
Os nomes de todos os meus amigos.
Os amigos antigos e os mais recentes.
Os amigos de longe e os amigos de perto.
Os que vejo em cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos.
Os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que sem querer eu magoei ou sem querer me magoaram.
Os meus amigos humildes e os meus amigos importantes.
Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida.
Muito especialmente aqueles que já partiram e de quem me lembro com tanta saudade.
Que o Natal permaneça vivo em cada dia do ano novo.
E que a nossa amizade seja sempre uma fonte de luz e paz
em todas as lutas da vida.”

De autor desconhecido;
publicado na Revista Xis,
no Natal de 2003 

DEUS CONNOSCO


Deus connosco, a inteira humanidade surpreendes
porque não existes na omnipotência do tirano,
mas na promessa de um nascimento que vem.
Acompanha-nos no nosso caminho para o amor,
e assim tua presença no outro perceberemos.

Deus connosco, Tu ergues a justiça e a paz,
apesar da guerra, da intolerância, do ódio.
Ensina-nos a acolher-te sem te manipular,
a construir contigo um mundo mais fraterno,
e assim nossos desertos em pomares se mudarão.

Deus connosco, Tu respondes à nossa esperança
quando connosco partilhas a tua sede de libertação.
Grava nas nossas almas a fome da tua salvação,
para que, com Maria, saboreemos a alegria
de um dia estarmos todos reunidos no teu Reino.

Deus connosco, todos os dias nos vens salvar
pelo desarmado amor do menino de Belém.
Sê a nossa estrela na noite das nossas inquietudes,
com sinais de perdão manifesta a tua vinda,
Tu, o Emanuel, do presépio ao túmulo vazio.


Jacques Gautier
Trad.: Rui Jorge Martins

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Provocações do Natal

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Vai e reconstrói a minha Igreja, uma Igreja despida da dominação económica, política e religiosa. É esta a verdadeira provocação do Natal.
 
1. Não vale a pena gastar energias a lamentar no que se transformou o Natal de Alguém que nasceu num curral. É melhor cuidar de crianças e adultos que não têm quem cuide deles. De tanto falar do que falta fazer, nem sequer olhamos para o que muitas pessoas estão a realizar.Existe um critério evocado por Jesus: é pelo fruto que se conhece a árvore. Os Anjos da nossa consciência fazem-nos ver o contraste entre os que têm tudo e os que não têm nem o mínimo suficiente para viverem com dignidade. A nossa consciência está povoada de Anjos sufocados.
A própria publicidade natalícia do comércio mostra aquilo a que uns podem ter acesso e o que falta a muitas pessoas que nem um curral têm para dormir. Nesta publicidade, nem tudo é sempre negativo. Pode suscitar o alarme social contra essa clamorosa injustiça, não suscitando, apenas, um cabaz de Natal que se esgota naquele dia e acabou, mas desencadeando movimentos e associações de voluntários que cuidam da dignidade dos pobres e dos sem-abrigo, durante o ano inteiro. Não é para perpetuar situações desumanas, mediante atitudes assistencialistas, mas para promover, simultaneamente, atitudes de cidadania participativa.

domingo, 18 de dezembro de 2022

Ainda é Advento

Crónica de Anselmo Borges 
no DN
 
 
  O Natal, mesmo que alguns já se não lembrem disso, é o aniversário natalício de Jesus Cristo. Sobre ele deixou escrito Ernst Bloch: Jesus agiu como um homem "pura e simplesmente bom, algo que ainda não tinha acontecido".
 
Tive o privilégio, em Tubinga, de conversar longamente com Ernst Bloch, um dos filósofos maiores do século XX (morreu em 1977). Quando era professor na Universidade de Leipzig, na antiga República Democrática Alemã, Ernst Bloch, filósofo ateu, mas paradoxalmente, ateu religioso, na última aula antes das férias de Natal, desejava Boas Festas aos estudantes, falando-lhes do significado do Natal, e terminava assim: "É sempre Advento".
Com esta expressão - é sempre Advento, ainda é Advento -, Ernst Bloch queria apelar para a esperança. O mundo e a humanidade continuam grávidos de ânsia e possibilidades, e a esperança está viva e há razões objectivas para esperar.
Quando se pensa nas raízes da Europa, é claro que, para quem está atento e não tem preconceitos, um dos fundamentos determinantes da Europa é o cristianismo. É necessário confessar os erros e crimes do cristianismo histórico, mas é indubitável que da compreensão dos direitos humanos e da democracia, da tomada de consciência da dignidade inviolável do ser humano, da própria ideia de pessoa, da história e do progresso, da separação da Igreja e do Estado, de tal maneira que crentes e ateus têm os mesmos direitos, faz parte inalienável a mensagem originária do cristianismo.

sábado, 17 de dezembro de 2022

Papa Francisco fez anos

O Papa Francisco completa hoje 86 anos de idade. Nasceu em 17 de Dezembro de 1936 e marcou a vida de muitos crentes e mesmo de não crentes. Pela sua personalidade, fraqueza, amor aos mais pobres e mais desprotegidos ficará no coração de muitos. A escolha do nome para o exercício do seu pontificado — Francisco — diz claramente o que pretendia: Ser pobre e amar os pobres, sem pompas e luxos, sem portas fechadas, mas  de coração aberto.
Sai da sua residência simples, que não de um palácio, e vai ao oculista comprar a armação para as mesmas lentes; e noutra altura sai para comprar uns sapatos. Também teve de assumir uma crise sem limites provocada pela pedofilia e outros crimes sexuais, na Igreja e fora dela. Apesar das suas limitações físicas, mostra à evidência a lucidez da sua inteligência. Que Deus o ajude, são os meus votos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

AVEIRO, à tardinha

Aveiro, à tardinha


A natureza está sempre a desafiar-nos. Sabe-se, há muito, que fomos brindados com novas tecnologias que nos facilitam a vida, como é o caso dos telemóveis.
Há anos, quando estava mais envolvido no jornalismo, tinha sempre o cuidado de me munir de máquina fotográfica. Motivo de interesse ficava enriquecido na hora da publicação. Era a teoria de que uma boa imagem vale por mil palavras.
Desde que os telemóveis passaram a ter acoplados um sistema de fotografar, as máquinas passaram a viver nas gavetas. São usadas, fundamentalmente, por artistas que, com elas, associadas a novas tecnologias, produzem autênticas obras de arte.

Luz de Natal: São José, homem dos sonhos de Deus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo IV do Advento
 
Ilustração de Daniele Crespi


 Deus sonha. E São José aparece no Evangelho deste 4º domingo como um homem que sonha, que configura o sonho de Deus ao fazer-se humano. E acontece o Nascimento. O Papa Francisco, grande devoto de São José, dedica-lhe uma Exortação Apostólica com pertinentes e sábias observações.
O sonho na Bíblia e nas culturas antigas, simboliza a vida espiritual. É através dele que Deus se manifestava e falava no íntimo de cada um. No entanto, adianta o Papa Francisco, dentro de nós não existe apenas a voz de Deus, existem muitas outras vozes: a voz dos nossos medos, de experiências passadas, de esperanças, e até a voz do maligno que nos quer enganar e confundir. Por isso, é importante discernir qual é a voz de Deus.
São José, porque se acostumou ao silêncio e à oração, foi capaz de dialogar com Deus no seu interior. Isso mesmo testemunham quatro sonhos que teve. No primeiro, o anjo ajuda-o a resolver o drama que lhe causou a inesperada gravidez de Maria; a partir do segundo decide fugir para o Egito, porque a vida de Jesus corria perigo; já em terra estrangeira, José espera um sinal de Deus, que chega no terceiro sonho e lhe permite voltar para casa; por fim, quando José regressava, ao saber que a Judeia ainda não era lugar seguro, sentiu medo, mas graças à mensagem do quarto sonho, não se deixou abater e decidiu ir para Nazaré, na Galileia.

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