segunda-feira, 18 de julho de 2022

A vida já é curta


"A vida já é curta, mas nós tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo"

Victor Hugo, 
(1802-1885), 
Escritor


As mulheres deste Domingo

Crónica de bento Domingues no PÚBLICO

Marta representa o estatuto subordinado da mulher que não tinha acesso ao conhecimento da Palavra de Deus. Era essa a situação com que Jesus estava sempre confrontado e que não aceita.

1. Quem frequenta a Missa dominical, sabe que, normalmente, se confronta com três textos bíblicos e um Salmo. Quando são lidos com alma e competência, são um regalo. Se, além disso, a música e o canto são de boa qualidade estética, a liturgia é um prazer. Aí começa a transfiguração das comunidades e das pessoas.
Neste Domingo, a passagem do Antigo Testamento é uma bela e misteriosa narrativa do livro Génesis sobre uma visita inesperada de Deus a Abraão junto do célebre carvalho de Mambré [1].

Um poema de Tolentino para começar a semana

 A Fala do rosto

És Tu quem nos espera
nas esquinas da cidade
e ergue lampiões de aviso
mal o dia se veste
de sombra

Teu é o nome que dizemos
se o vento nos fere de temor
e o nosso olhar oscila
pela solidão
dos abismos

Por Ti é que lançamos as sementes
e esperamos o fruto das searas
que se estendem
nas colinas

Por Ti a nossa face se descobre
em alegria
e os nossos olhos parecem feitos
de risos

É verdade que recolhes nossos dias
quando é outono
mas a Tua palavra
é o fio de prata
que guia as folhas
por entre o vento

José Tolentino Mendonça

In A Noite Abre Meus Olhos 
(Poesia reunida)


Nota: O Cardeal Tolentino deu uma entrevista ao PÚBLICO no dia 17

domingo, 17 de julho de 2022

Os fogos florestais mais uma vez



Cumprida a devoção dominical de participar na Eucaristia, devoção e hábito que me veio da meninice, manifesto aqui o desejo de ficar por casa na tranquilidade dos meus recantos preferidos: escritório e sala-biblioteca. Ora a ler e escrever, ora a conversar com a Lita, ora a olhar de soslaio a TV para saber como vai o mundo.
Apesar de otimista, não deixo de reconhecer que o mundo, com tantos motivos de beleza e atitudes de bem, é dominado pelas catástrofes que ferem a sensibilidade de toda a gente. A guerra continua sem fim à vista e os fogos deixam sequelas sem conta em imensos portugueses. Alguns ficaram sem casa e sem haveres. ─ Fiquei com a roupa que tenho vestida, mas graças a Deus estou viva, disse uma senhora.
Tenho lido que os fogos são inevitáveis no Verão de temperaturas muito altas, mas também li que urge estudar as melhores soluções para minimizar estas cíclicas catástrofes. Será que o Estado não tem coragem de seguir os conselhos dos técnicos para de uma vez por todas nos livrarmos dos incêndios florestais? 

F. M. 

sábado, 16 de julho de 2022

Carta do Bispo do Porto a Salazar

António Ferreira Gomes, Bispo do Porto (1952-82), escreveu no dia 13 de julho de 1958 uma carta a Salazar, na sequência das eleições fraudulentas em que concorreu Humberto Delgado.
Na sequência dessa carta, o Bispo do Porto foi impedido de entrar no país, ficando exilado 10 anos (1959-1969) no estrangeiro, mas nunca abdicou do título de bispo da diocese do Porto, que legitimamente lhe havia sido concedido pelo Papa.
Depois da morte do ditador, retomou as  suas funções na diocese portuense.

Pode ler a carta aqui

Prevenção dos Fogos - Ainda há muito por fazer

Entrevista de Luís Braga da Cruz
no PÚBLICO


Se a reposta fosse simples, já toda a gente tinha resolvido essa questão... Na Forestis entendemos que colhemos alguns ensinamentos depois de 2017. Há muito mais consciência do risco e outro aspecto muito positivo foi termos feito uma despolitização do fogo florestal. Valorizou-se mais a informação técnica e o ênfase foi colocado na prevenção e vigilância, e não no combate. Também temos de reconhecer que se melhorou o dispositivo da Protecção Civil, a coordenação de meios, a AGIF começou a ter mais competências, os bombeiros especializaram-se. Na Florestis temos 40% das equipas de sapadores-florestais privadas, que estão a fazer um papel muito importante. Tivemos alterações no planeamento do território e houve avanços na política de limpeza das faixas de introdução de combustível e do cadastro simplificado, embora estejamos muito longe do que é necessário.

Uma nova Constituição para a Igreja

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


O Concílio Vaticano II constituiu uma verdadeira revolução. Em Outubro de 1962, há quarenta e um anos, o Papa João XXIII inaugurou em Roma o II Concílio do Vaticano, um dos acontecimentos maiores e decisivos do século XX.
Há quem pense e diga que o Concílio Vaticano II é responsável pela presente crise da Igreja. Mas não é verdade. É impossível imaginar o que seria a Igreja Católica e, por arrastamento, o mundo, sem o Concílio. Não é, porém, difícil supor que a Igreja se teria tornado um bloco marmóreo a dar guarida a um museu de coisas religiosas. Quem quiser aproximar-se da situação vá ler os manuais de teologia dogmática, de teologia moral, de direito canónico, de liturgia, por onde estudavam os futuros padres antes do Concílio, e pense, por exemplo, que na década de cinquenta do século XX ainda se proibia às freiras a leitura da Bíblia, ou que estava em vigor o Índex ou catálogo dos livros proibidos aos católicos, onde figuravam não apenas os teólogos críticos, mas também Copérnico e Galileu, Descartes e Pascal, Hobbes, Locke e Hume, a Crítica da Razão Pura, de Kant, evidentemente Rousseau e Voltaire, também Comte, os grandes historiadores Condorcet, Ranke, Taine, igualmente Diderot e D"Alembert com a Encyclopédie e os juristas e filósofos do Direito Grotius, Von Pufendorf, Montesquieu, a nata da literatura moderna, de Heine, Vítor Hugo, Lamartine, Dumas pai e filho, Balzac, Flaubert, Zola, a Leopardi e D"Annunzio, entre os mais recentes, Sartre, Simone de Beauvoir, André Gide... Perante isto, quem não mantiver algum humor fica atónito.

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