terça-feira, 3 de maio de 2022

Santa Joana do escultor Jorge Barradas


A Princesa Santa Joana é considerada, oficialmente desde 1965, padroeira da cidade e Diocese de Aveiro. Filha de D. Afonso V e de D. Isabel, a Infanta D. Joana nasce em Lisboa a 6 de fevereiro de 1452, vindo a falecer no Mosteiro de Jesus de Aveiro a 12 de maio de 1490. No seu mês, damos destaque à sua imagem exposta no Centro de Religiosidade Marítima do escultor Jorge Barradas, uma das seis imagens (São Nuno Álvares Pereira, São Miguel, Virgem de Fátima, São João de Deus e São João de Brito), de bordo das Capelas dos paquetes Vera Cruz e Santa Maria.

Museu Marítimo de Ílhavo

Nota: Imagem e texto publicados na revista "Viver em Maio", da CMI

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Paixão de servir e paixão de mandar

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

A arma que Jesus deixa aos discípulos é o sopro do Espírito. Sem Ele, estamos expostos ao espírito mundano, ao espírito de dominação, da violência, das guerras.

1. No Domingo passado, foi proclamado um texto do Evangelho segundo S. João [1], no qual, Cristo Ressuscitado repetiu, num pequeno espaço, três vezes: a paz esteja convosco. Isto significa que a cultura da paz faz parte da mensagem evangélica. Não se pode pregar o Evangelho apoiando ou não denunciando as guerras. Infelizmente, a história das religiões foi muitas vezes, e continua a ser, tecida pelo recurso a várias formas de violência. A guerra voltou à Europa com todos os seus horrores de destruição. Muito se tem mostrado, dito e escrito sobre a invasão da Ucrânia. Deixo, em nota, apenas algumas referências que se situam no espírito desta crónica [2].
Aos discípulos de Cristo, de todos os tempos e lugares, pede-se que trabalhem na construção de um mundo, onde os instrumentos da guerra sejam transformados em instrumentos de desenvolvimento e de distribuição dos bens que são de todos e para todos [3]. Dir-se-á que esse espírito pacifista não tem resposta para todas as situações de injustiça, mas também não pode ser a recusa em divulgar e seguir as pessoas e os movimentos que mostraram e mostram a eficácia das lutas sem violência. A não-violência é muito exigente e muito trabalhosa, como mostraram, entre outros, Gandhi, Luther King e Mandela. É criminosa a eficácia dos movimentos e das pessoas que fazem fortunas com o fabrico e comércio das armas.

domingo, 1 de maio de 2022

Sebastião da Gama para o Dia da Mãe

(Foto das redes sociais)

PEQUENO POEMA

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

Sebastião da Gama

sábado, 30 de abril de 2022

Contra a guerra. A coragem de construir a paz

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Pela enésima vez estamos perante a barbárie, porque perdemos a memória: esquecemos a História, esquecemos o que nos disseram os nossos avós, os nossos pais.

A quem é que, perante as imagens de horror desta guerra na Ucrânia ditada por um megalómano humilhado e insensato - mortes incontáveis, a tragédia de valas comuns, milhões de deslocados e refugiados, mulheres, crianças, idosos em total desamparo, na falta de tudo, quando nada é poupado à destruição: maternidades, escolas, hospitais -, não vieram já as lágrimas aos olhos?
O Papa Francisco não se cansa de clamar contra a guerra e apelar à paz: "Em nome de Deus peço-vos : parem este massacre!" "Um massacre sem sentido" e de "uma crueldade inumana e blasfema". Por ocasião da celebração da Páscoa ortodoxa, no fim de semana passado, ele, a ONU, o Conselho Mundial das Igrejas apelaram a um cessar-fogo, também para abrir a possibilidade de corredores humanitários, mas não foram ouvidos. Quero sublinhar que, atendendo às celebrações pascais, o arcebispo de Munique, cardeal Reinhard Marx, foi particularmente duro na saudação pascal. Chamou "perversos" aos líderes religiosos que, como o Patriarca de Moscovo, Kirill, apoiam a guerra na Ucrânia, lamentou que ao longo da História "os cristãos tenham usado a violência sob o sinal da cruz", algo que se repete hoje "na guerra actual, com cristãos baptizados a matar outros cristãos e recebendo o apoio de líderes das suas Igrejas".

Só vejo casas semeadas

Gostaria de ter paciência, força física e gosto pelos serviços do quintal. Para uns, como a Lita, o quintal é um refúgio, um prazer, direi mesmo, uma paixão. Por ali anda, serena, sem pressas, dando sementes às galinhas e ao galo,  repartindo uns petiscos pelos  gatos. Enche uma taça de barro de água fresca, onde a passarada dá uns mergulhos e bebe uma boas pingas. 
No regresso, há sempre couves frescas, laranjas, ovos, limões e um ar de felicidade que só eu sei quanto é autêntico. Mas eu, não. Olho o ambiente, aprecio os pinheiros, contemplo as nuvens sem as habitar, dou uma volta e se não tenho um cadeirão à mão regresso às minhas comodidades caseiras.
Dirão os meus amigos que não sei apreciar a importância do contacto real com a natureza, rejuvenescendo-a com alguns cuidados. Estão enganados. Faço o que posso sem exceder as minhas resistências e competência, mais débeis as primeiras.
Gafanhão que se preza, sabe muito de quintais e lavouras e eu não fujo à regra. Porém, olho à volta pelas ruas por onde passo e quase só vejo casas semeadas. Há poucas décadas, os aidos e demais terrenos brilhavam de viçosos, mas hoje estão cheios de ervas daninhas. Se a fome atacar, voltarão a brilhar.

F. M.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

FOLHAS, LETRAS & OUTROS OFÍCIOS 19

 FOLHAS, LETRAS & OUTROS OFÍCIOS 19 é mais uma edição do Grupo Poético de Aveiro com capa de Jeremias Bandarra, recentemente falecido. Trata-se de um trabalho coordenado por Anabela Oliveira, Carla Ribeiro, João Rasteiro e Rita Capucho. 
O Grupo Coordenador diz, a abrir, com o título "Eu vim do chão", que "Hoje, mais do que nunca, é o tempo da memória, e dessa memória a utopia de criar futuro, de criar um chão vivo, pois tal como refere a recente premiada com o Prémio Camões, Paulina Chiziane, ela, e nós, vimos do chão".
Este livro, o 19.º, insere nas suas páginas poetas e escritores multifacetados de Aveiro, base essencial do Grupo Poético desta cidade dos canais, mas vai mais além com "outros nomes maiores da Poesia Portuguesa e Espanhola, da poesia em língua portuguesa e espanhola". São 300 páginas de escritos variados, desde a poesia que eu considero mais normal até à poesia experimental portuguesa, passando por prosa poética, prosa, ensaio e recensão crítica. A ilustração é de Lúcia Seabra, Milú Sardinha, Rosa Galvão e Tânia Sardinha.
Para além da poesia e prosa comuns, importa chamar a atenção dos leitores para a prosa poética, não muito falada mas bastante expressiva, e para a poesia experimental portuguesa, menos conhecida, mas muito desafiante, onde houve a preocupação de homenagear poetas que já não estão entre nós, "alguns dos quais pioneiros, impulsionadores e teorizadores da poesia experimental em Portugal".
Foi com gosto que voltei à leitura de poetas e escritores que já conhecia e de outros a que nunca tive acesso. E reconheço que a prosa poética e a poesia experimental são excelentes desafios à nossa imaginação e sensibilidade. Todo o livro, no fundo, proporciona, garantidamente, bons momentos de prazer a quem se der ao cuidado de o ler e reler.
Os meus parabéns para o Grupo Poético de Aveiro, que nos tem brindado com edições de qualidade, que merecem, por isso, ser divulgadas e apreciadas. 
No meu blogue terei oportunidade de apresentar alguns trabalhos desta seleção do Grupo Poético de Aveiro.

F. M.

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