Nem sei há quantos anos ali está, no sítio certo, o marco geodésico, a cumprir a sua função, indiferente a quem passa. Nas dunas, entre ervas secas, a olhar o mar e quem passa. Não sei quem cuida do seu aspeto físico e da sua preservação. Tem, no cimo, um curto ferro. Será que lhe falta alguma coisa? E terá ou já teve alguma inscrição? Confesso que não sei.
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Aprendei a lição da figueira
Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XXXIII do Tempo Comum
Uma figueira constitui o recurso pedagógico a que Jesus “lança a mão”, nos seus ensinamentos, sobre o que irá acontecer no final dos tempos: a instauração do reinado de Deus na humanidade, a realização das promessas. “Será um processo lento e longo no qual o Deus humanizado em Jesus se fará presente entre os humanos, até humanizar este mundo libertando-o da desumanização que origina tanto sofrimento e opressão” (J. M. Castillo, La religión de Jesús, Ciclo B, De Brouwer, 2017). A convulsão cósmica que culmina os acidentes marcantes da história humana é narrada nas fases da vida da figueira.
Os discípulos estão habituados a observar o que acontece com ela nas várias estações do ano. Sabem que é a última árvore a desabrochar os rebentos nos ramos e a cobrir-se de folhas, deixando a letargia da hibernação e abrindo-se às novas aragens dos começos do Verão. E sabem também que, só depois, virão os figos apreciados e saborosos. Antes, porém, passa por fases de total despojamento, fustigada pelas forças agressivas e devastadoras de vendavais e chuvas intensas. Paciente, o agricultor observa os sinais da evolução do ritmo normal da vida “congelada” e, confiante, aguarda a hora promissora da nova estação. Mc 13, 24-32.
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
Amo o Silêncio
![]() |
AMO O SILÊNCIO
Amo o silêncio e as vozes que insinuam,
Meigas ciciam, musicais, veladas,
Fracas, serenas, pálidas, cansadas,
Doces palavras que no ar flutuam.
Amo o silêncio e a luz difusa… E amo
A tarde cor de cinza, a chuva calma,
E o mar sem ondas, liso como a palma
Da minha mão aberta… E em cada ramo
Das árvores sem folhas, amo os verdes
Musgos pendentes, flácidos, em tiras…
Assim, minh’alma extática, suspiras,
Meu coração tranquilo, assim te perdes!
Rude fragor do mundo, sombra fria,
Passa de largo! Não me acordes, não!
Deixa correr a fonte da ilusão,
Enche-me a vida de melancolia…
Carlos Nascimento
Poeta (1897-1978)
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
Stella Maris está desativado há anos
Em 10 de novembro de 1985, há 36 anos, foram inauguradas por D. Manuel de Almeida Trindade, Bispo de Aveiro, as novas instalações do Clube Stella Maris, da Obra do Apostolado do Mar, na Cale da Vila, Gafanha da Nazaré. Destinava-se o clube, desde a sua fundação, a apoiar os homens do mar e da ria e suas famílias, tanto sob o ponto de vista espiritual e religioso, como social.Em todo o processo se envolveram pessoas de diversos quadrantes, compreensivelmente em sintonia com as estruturas dos setores das pescas e construção naval, mas ainda da Igreja Católica, com destaque para as gentes da Gafanha da Nazaré, por motivos sobejamente compreensíveis, ou não fosse a nossa terra o principal centro industrial ligado às pescas e indústrias correlativas.
Com o decorrer dos anos, as estruturas portuárias e sociais alteraram-se significativamente e o Stella Maris perdeu a importância do seu estatuto, numa sociedade marcada por novos recursos e respostas sociais, estatais e não só.
Diga-se ainda que o Stella Maris se traduziu, na altura e durante muito tempo, num relativo apoio aos homens do mar e suas famílias. Hoje está desativado, esperando-se que a Diocese de Aveiro dê vida digna àquele espaço, há tanto tempo numa situação de esquecido.
Fernando Martins
Abusos sexuais na Igreja Católica?
Carta subscrita por mais de 200 pessoas
pede investigação independente
em Portugal
Um grupo de mais de 240 católicos, incluindo várias figuras públicas, enviaram esta segunda feira uma carta à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), pedindo que os bispos apoiem uma investigação independente à questão dos abusos sexuais por membros do clero ou em instituições eclesiais.
“Se essa iniciativa não for tomada, receamos que a inação da CEP seja vista pela sociedade portuguesa como encobrimento”, indica a missiva. Os signatários da carta defendem, contudo, que uma “investigação nacional rigorosa, abrangente e verdadeiramente independente”, que não deve estar a cargo da comissão nacional anunciada por D. José Ornelas.
“É nossa fundamentada convicção que se a CEP não tomar, de imediato, esta iniciativa, nos termos referidos, a investigação acabará por ter lugar por decisão política, o que significará, com toda a certeza, um agravamento de custos reputacionais para a Igreja, mais uma tristeza que todos nós queremos firmemente evitar”, advertem.
A carta é assinada por figuras como a escritora Alice Vieira, o jornalista Jorge Wemans, a teóloga Teresa Toldy ou o ex-presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca.
NOTA: Publicado no "Correio do Vouga" de hoje
terça-feira, 9 de novembro de 2021
Muito se mente
"Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada"
Bismarck,
político alemão
(1815-1898)
O Outono ficou à porta
O Outono, cansado da agitação provocada pelo vento, quis entrar em casa para descansar um pouco, mas ninguém lhe abriu a porta. E ali ficou à espera. Acontece a tanta gente!
Subscrever:
Comentários (Atom)

