A vida longa não pode deixar de cultivar amizades, apesar dos distanciamentos e dificuldades dos contactos apetecidos Radicados um pouco por todo o país e pelo estrangeiro, ficamos imensas vezes limitados às variadas formas de comunicação centradas no mundo digital. E mesmo aí, não conseguimos vencer barreiras que nos permitam a proximidade necessária. De vez em quando, porém, muito se esclarece e lá conseguimos associar os apelidos às pessoas de quem há anos fomos muito próximos. Depois, há a alegria espontânea e compreensível.
Há meses, identifiquei um amigo de infância num restaurante. Não me reconheceu. Eu tinha a barba crescida e as mudanças físicas que a idade determina. Mas lá acabámos por ser iluminados por uma luzinha que se acendeu no cérebro do meu amigo. E algumas memórias vieram à tona para gáudio de ambos.
Um outro, que não via há muitos anos, lembrou-se de mim. Não conhecia os meus contactos, mas lembrou-se de uma hipótese com alguma lógica. “Como tu sempre andaste ligado à Igreja, recorri a um clérigo”, garantiu-me. E telefonou. Começou a tratar-me por senhor! Esclareci de imediato e o tu cá tu lá proporcionou a conversa telefónica interrompida há décadas.
Confesso que me comovem os encontros com os amigos da infância e juventude porque são sempre motivos para refazer amizades e para todos evocarmos momentos inesquecíveis que não podemos nem devemos perder.
Os que navegam nas redes sociais podem contactar-me. O meu nome de guerra é Fernando Martins e o rosto aí fica.
Fernando Martins