terça-feira, 3 de agosto de 2021

Um poema de Turíbia Figueiredo

NA VARANDA DAS MEMÓRIAS

O teu rosto na varanda das memórias
é feito de sol.

Sento-me no banco velho do jardim,
e há palavras novas que se vêm
sentar no meu regaço.

Um pássaro cansado de céu
pousa no muro do outono,
e os meus olhos voam até ao sul,
agitados e brilhantes, no sol
do teu sorriso.

Era o tempo das cerejas,
e a idade dos rios correndo
na euforia das tardes,
até ao mar das palavras quentes.

Elas diziam tanto…
nada dizendo, afinal.

Mas isso que era nada e era tudo
bastava para o pôr-do-sol ser
o horizonte dos teus olhos nos meus.
E as cerejas eram sempre rubras,
tão doces, tão maduras na idade.

A cerejeira já não existe,
mas eu permaneço na varanda.

Sentada no sossego das lembranças,
afago o sol no meu regaço,
o sorriso do teu rosto.

Turíbia

Nota: Poema publicado há anos no meu blogue.

Trabalhar com as próprias mãos

Para tempo de férias 

Monet - Barcos 

Trabalhar com as próprias mãos
em tarefas caseiras, na costura,
no seu ofício, na bricolagem
e fechar o rádio e todo o zunzum interior
escutar o que fala sem palavras
enquanto as mãos se ocupam
e ocupam a superfície da alma.
Ou então, conduzir um automóvel
muito distendido, atento, delicado
uma vez que essa ocupação deixa livre
um pensamento sem pensamento
que amadurece algures

Maurice Bellet

domingo, 1 de agosto de 2021

Medalha de Prata para Patrícia Mamona

O triplo-salto da Patrícia Mamona (Foto das redes sociais)

A portuguesa Patrícia Mamona garantiu a medalha de prata e bateu o recorde nacional do triplo salto, ao atingir os 15,01 metros, na quarta tentativa da final da disciplina dos Jogos Olímpicos Tóquio. A atleta, exemplo conhecido de determinação e coragem, emocionou-se e terá emocionado todos os portugueses. Eu não fugi à regra. E todos ficámos a saber que há sonhos que estão sempre ao nosso alcance.

Barquinho veio para descansar


Um barquinho veio do oceano e entrou em jeito de quem precisa de descansar. Sem vento, não havia velas enfunadas. E também não se via gente, mas ele sabia o caminho. E sabia, também, que na laguna aveirense não faltaria o sossego para a recuperação das energias. Boa estada se deseja sempre a quem vem até nós.

PELA POSITIVA – Mais de 100 mil entradas em Julho



O meu blogue PELA POSITIVA, que procuro atualizar todos os dias, registou mais de 100 mil entradas só no mês de Julho, concretamente, 101904, razão por que tenho mesmo de continuar a assumir a responsabilidade de partilhar o que penso e sinto com os que me seguem. Admito que terá sido a minha aposta de optar pela forma de encarar a vida pelo lado positivo, repudiando o negativo e a maledicência, estes tão patentes hoje nas redes sociais, ao lado, felizmente, do muito bom que diariamente topo nos meus caminhos do ciberespaço.
Estou grato a todos os meus amigos e visitantes um pouco de todo o mundo pela simpatia demonstrada e pela presença estimulante que vou registando. Prometo, por isso, que tudo farei para os não defraudar, na esperança, ainda, de que outros hão de surgir.
Uma felicitação extensiva a todos os meus visitantes e amigos e suas famílias. Um mundo melhor está nas nossas mãos.

Fernando Martins

Nota: A minha foto do tempo em que iniciei esta minha tarefa. 

sábado, 31 de julho de 2021

Leituras para férias

“Vamos Ler – Um cânone para o leitor relutante”
de Eugénio Lisboa



Eugénio Lisboa
“Vamos Ler – Um cânone para o leitor relutante” é um livro interessante e oportuno de Eugénio Lisboa, crítico literário e professor catedrático, sendo doutor honoris causa pelas universidades de Nottingham e  Aveiro. Tem uma vasta obra ensaística, três livros de poesia, seis volumes de memórias e três diários. Teve ainda prémios literários na poesia, no ensaísmo e no memorialismo. Assim se lê na última página deste livro de Eugénio Lisboa que nasceu em Moçambique em 1930. Tem, portanto, 91 anos.
O autor informa, logo a abrir, que congeminou este cânone de leitura para “atrair pessoas normalmente arredias de acto de ler”. Nessa linha, “não deveria incluir autores de acesso menos fácil”, porque “não é com vinagre que se apanham moscas”.
Eugénio Lisboa apresentou uma lista de 35 autores, todos portugueses, sugerindo de cada um a obra ou obras que considerou mais entusiasmantes. Começou com Miguel Sousa Tavares (Equador) e terminou com Camões (Sonetos). E sobre os demais que distingue, o autor de “Vamos Ler” refere as razões por que os escolheu, com notas muito curiosas.