Evoco hoje a Feira de Março que nos animava em Aveiro. As recordações que predominam vêm da juventude. Depois foram esmorecendo até sentir que bastava passar por lá umas horas e sair. Gostava, como ainda hoje gosto, de saborear uma fartura... ou duas, que a diabetes não admite mais. Vem isto a propósito de o FB me brindar com uma memória do momento das farturas. A pandemia com regras apertadas não tem dado tréguas e a Feira de Março ficou adiada para as calendas. E quando voltar, se voltar, já lhe perdemos o gosto. Outras feiras virão.
segunda-feira, 29 de março de 2021
domingo, 28 de março de 2021
É tempo de tirar as máscaras
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Continuamos sobre ruínas, sonâmbulos, em direcção ao precipício. Interessa-nos apenas sobreviver. A diferença é que agora estamos mais extenuados, abatidos, deprimidos.
"Calma. Não são essas. São aquelas que colocamos todos os dias, agarradas à pele, e que nos permitem retardar ou dissimular o confronto com a realidade, quando sabemos que o barco está em chamas há muito tempo. Nos primeiros meses de cada ano são feitas notícias, baseadas em estudos, que confirmam aquilo que uma fatia significativa da população intui sem precisar de estatísticas: que vivemos num mundo de grandes desigualdades. Talvez o problema maior do nosso tempo."
"No início da pandemia muitos imaginaram que se poderia abrir um novo ciclo que não acarretasse um regresso ao passado — seja ele personificado por fascismos ou experiências socialistas já ensaiadas — ou continuar um ciclo neoliberal incapaz do progresso social, de cuidar do bem comum, de promover a coesão colectiva, de garantir mais igualdade e de proteger a democracia e o planeta. Um ano depois, há mais exploração, direitos retirados, falta de contacto, isolamento e mais submissão a alguns dos efeitos perversos da digitalização. Continuamos sobre ruínas, sonâmbulos, em direcção ao precipício. Interessa-nos apenas sobreviver. A diferença é que agora estamos mais extenuados, abatidos, deprimidos."
Dança das horas
Uma Páscoa do Mundo
Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO
O modo como é entendida e vivida a Páscoa cristã depende de cada um e das Igrejas em que se reconhecem.
1. Entramos na Semana Santa ou, como já foi usual dizer, na Semana Maior. Os acontecimentos que estão na origem das várias correntes e expressões do movimento cristão dividiram o tempo: antes e depois de Cristo, a partir do seu nascimento. Esta era cronológica (Era Cristã ou Era Comum) é globalmente adoptada, mesmo em países de cultura maioritariamente não cristã, para efeitos de unanimidade de critérios em vários âmbitos, como o científico e o comercial. Nem todos os países seguem o calendário ocidental. Contudo, tornou-se o padrão internacional, sendo reconhecido por instituições como a ONU ou a União Postal Universal, por razões conhecidas.
O modo como é entendida e vivida a Páscoa cristã depende de cada um e das Igrejas em que se reconhecem. Na Europa, já não estamos em regime de Cristandade. A separação entre Igrejas e Estado está felizmente consumada em muitos países, mas a ignorância das próprias tradições religiosas parece-me, culturalmente, lamentável.
As pessoas da minha idade já conheceram várias formas de entender e viver o Tempo Pascal. Em certas zonas do país, procura-se reconstituir, por devoção e louváveis razões culturais, ecos da Semana Santa como a viviam os nossos avós.
sábado, 27 de março de 2021
Francisco e o pós-pandemia. 1
Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
no Diário de Notícias
São 187 os países que têm relações diplomáticas com a Santa Sé/Vaticano. Também várias organizações internacionais, como a União Europeia, a Liga dos Estados Árabes, a Organização Internacional para as Migrações, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a Ordem Soberana Militar de Malta, têm um representante junto do Papa.
1 Como habitualmente, também este ano o Papa Francisco saudou o Corpo Diplomático num discurso com propostas para o futuro novo. Derrotar o vírus é "uma responsabilidade que nos envolve a todos: cada um de nós pessoalmente e também os nossos países". O ano de 2020 "deixou atrás de si um peso de medo, desânimo e desespero, a par de muitos lutos". A pandemia mostrou como somos interdependentes: os seus efeitos são verdadeiramente globais, afectando toda a Humanidade. "Pôs-nos em crise, mostrando-nos o rosto de um mundo doente, não só pelo vírus, mas também no meio ambiente, nos processos económicos e políticos, e ainda mais nas relações humanas. Colocou diante de nós uma alternativa: continuar pelo caminho que temos seguido ou empreender uma nova via."
Fique em Casa
Não é preciso grande esforço para refletirmos sobre os confinamentos aconselhados pelos meios de comunicação social, obrigados que fomos a ler nos cantos das televisões o aviso “Fique em Casa”. A realidade concreta da vida, os comunicados do Governo, os discursos e conversas do Presidente da República e das pessoas mais informadas mostram os dramas e medos que o mundo está a enfrentar.
O perigo de contágio do Covid-19, estatisticamente mais fatal para pessoas idosas ou fisicamente mais débeis, não deixa dúvidas a ninguém de bom senso sobre a segurança que existe em nossas casas e a incerteza que podemos topar nos estabelecimentos e ajuntamentos ocasionais ou organizados, por aqui e por ali, à revelia das decisões impostas pelos Governo, com o apoio da Assembleia da República e do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
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