quarta-feira, 17 de março de 2021

Páscoa sem visita pascal

Os bispos portugueses afirmam que se devem evitar 
"procissões e outras expressões da piedade popular, 
como as visitas pascais e a saída simbólica de cruzes"



O Conselho Permanente (CP) da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) decidiu que as missas com a presença de fiéis podem ser retomadas a partir 15 de março, mas adianta que "nesta fase evitar-se-ão procissões e outras expressões da piedade popular, como as visitas pascais e a saída simbólica de cruzes, de modo a evitar riscos para a saúde pública". Os bispos portugueses reavaliarão as orientações na Assembleia Plenária de 12 a 15 de abril, tendo em conta a situação de pandemia no país.
O CP, na sequência da Nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos de 17 de fevereiro, apresenta algumas orientações para as celebrações da Semana Santa, dentro das regras que se vinham seguindo (apresentadas a 8 de maio de 2020). No Domingo de Ramos devem-se evitar os ajuntamentos de fiéis e não deve haver entrega ou troca de ramos. Na Quinta-feira Santa, na Missa da "Ceia do Senhor", não deve haver lava-pés. Na Sexta-feira Santa, o ato de adoração da Cruz mediante o beijo fica limitado ao presidente da celebração. A Vigília Pascal poderá ser celebrada em todas as suas partes como previsto pelo rito.

Fonte: "Correio do Vouga",  semanário da Diocese de Aveiro. Vídeo de Humberto Rocha

Aldeias e Vilas Medievais - Óbidos



Talvez a vila medieval mais conhecida de Portugal, Óbidos foi conquistada ao mouros no séc. XII e sempre esteve envolta num espírito romântico. Afinal, foi prenda de casamento de reis a rainhas e ponto de encontro para figuras históricas como Pedro e Inês.
As ruas e monumentos dentro das muralhas continuam pitorescas e bem conservadas, cheias de detalhes que atraem visitantes durante todo o ano.

NOTA: Proposta da Via Verde para uma visita e passeio.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Leiteiras das Gafanhas



O Pinterest trouxe-me hoje à memória as leiteiras da Gafanha que vendiam o seu produto, manhã cedo, de porta em porta, na Praia da Barra. Não sei se também iam à Costa Nova, mas presumo que sim. Duas vizinhas nossas vendiam o leite na Praia da Barra, principalmente durante a época balnear. Depois, ficavam com clientes, residentes fixos ou que ali passavam os fins de semana.
Eram lavradoras com vacas leiteiras, mas no Verão o leite das suas vacas não era suficiente. Os lavradores vizinhos abasteciam-nas, vendendo o restante a clientes particulares ou entregavam-no nos postos dos lacticínios, um dos quais ficava na Rua São Francisco Xavier, bem perto da Av. José Estêvão. Mas havia mais nas Gafanhas.
A nossa vizinha, pessoa muito simpática e organizada, tinha um cuidado extremo com tudo o que dizia respeito ao seu negócio da venda do leite.
Os canecos e medidas, de alumínio, bem como uns panos brancos que usavam para filtrar, julgo eu, o precioso líquido dos pequenos almoços, eram lavados com esmero e postos a secar, para no dia seguinte se apresentarem alvinitentes. Não ficou na minha memória qualquer indício de falta de higiene.
Nas épocas de pouca venda, levavam um caneco à cabeça e outro, mais pequeno, na mão. No Verão, usavam um carro de mão de duas rodas.

F. M. 

domingo, 14 de março de 2021

Deus é a nossa mulher-a-dias

Um poema de Adília Lopes para refletir 

Adília Lopes 












                                                         Deus é a nossa
                                                         mulher-a-dias
                                                         que nos dá prendas
                                                         que deitamos fora
                                                         como a vida
                                                         porque achamos
                                                         que não presta

                                                         Deus é a nossa
                                                         mulher-a-dias
                                                         que nos dá prendas
                                                         que deitamos fora
                                                         como a fé
                                                         porque achamos
                                                         que é pirosa

                                                          Adília Lopes


Costa Nova — Saudades das velas brancas


Numa passagem pelos meus arquivos bati à porta da Costa Nova, aqui tão perto e por onde passo com alguma frequência. As velas brancas acordaram-me para uma paisagem que aprecio imenso. Fico com elas na gaveta dos meus propósitos quando vier o bom tempo e quando se forem de vez os confinamentos.

Aldeias e Vilas Medievais - Idanha-a-Velha


Escondida na Beira Interior, Idanha-a-Velha tem uma fundação romana que a torna numa das principais estações arqueológica de Portugal. A história ditou que por lá também passassem os suevos e os visigodos, tendo posteriormente sido doada, no séc. XIII, à Ordem do Templo.
Os vestígios das várias épocas que atravessou continuam bem presente nas suas ruas e monumentos.

A alegria não se decreta (1)

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO


Quando comecei a ler os textos da liturgia deste Domingo, consagrado à alegria, fiquei triste. Há muito tempo que se diz que as homilias ajudam mais ao aborrecimento do que à festa.

1. Quando comecei a ler os textos da liturgia deste Domingo, consagrado à alegria, fiquei triste. São textos muito antigos acerca de acontecimentos ainda mais antigos, de mundos que apenas se renovam em guerras fratricidas, com deuses que só se mostram relevantes a justificar a violência. Não parecem os mais adequados para despertar, hoje, nas comunidades das celebrações dominicais, online, motivações e formas para enfrentar a fadiga, a tristeza e a depressão. Pensei: algo como o quarto andamento da Nona Sinfonia de Beethoven seria bem-vindo!
É, no entanto, pressuposto que tais motivações estão inscritas nesses veneráveis documentos da memória religiosa. Seria tarefa das homilias fazer a ponte entre eles e as questões da nossa vida presente: a Bíblia, em acto de interpretação, numa mão e o jornal na outra, como recomendava Karl Barth.
Mesmo quando isto acontece, o resultado nem sempre é entusiasmante. Há muito tempo que se diz que as homilias ajudam mais ao aborrecimento do que à festa.