segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Aldeias e Vilas Medievais - Monsanto



É dito que é a “aldeia mais portuguesa de Portugal” e é também uma das povoações com traços medievais mais bonitos do país. Monsanto ergue-se com orgulho nas encostas do monte e tem nas entranhas granito e tradição. O castelo espreita altivo, rodeado numa imensidão de paisagem. O mestre Gualdim Pais e a Ordem dos Templários também por aqui passaram e deixaram a sua marca. A muralha por eles construída confunde-se com os enormes pedregulhos que a sustenta e tornam esta fortaleza inconfundível.

Nota: Proposta de passeio e visita da Via Verde

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Igreja doméstica?

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Precisamos de uma catequese iniciática, evolutiva, que, na situação actual, poderá exercer-se quase apenas no âmbito familiar.

1. Lembro-me, muitas vezes e por vários motivos, do padre João Resina, um homem muito inteligente e verdadeiramente livre. Trabalhámos juntos em alguns projectos e ficámos amigos para sempre. Movia-se, com grande argúcia e rigor, no campo das relações entre ciência, filosofia e teologia. Passou a maior parte do tempo como professor no Instituto Superior Técnico. Só muito tarde lhe entregaram uma paróquia, embora sempre tivesse desejado ser pároco.
A sua preocupação, no campo pastoral, era a catequese. Era ela a grande responsável por ideias e representações tontas que impediam o encontro com o devir cristão, no desenvolvimento humano, emocional, espiritual e cultural de várias gerações com quem contactava.
Sem abandonar as responsabilidades académicas, assumiu a direcção da catequese na paróquia do Campo Grande (Lisboa). Em 2007, numa entrevista [1], A. Marujo observou-lhe que “a ciência toca questões que, para muitos crentes, são vistas como atingindo as bases da sua fé: a criação, o big bang, a evolução, as questões éticas…”. Reagiu imediatamente: “fale-se dessas coisas às crianças antes que se fale no liceu; e que se diga que uma coisa é tudo o que vem de Deus, que é a criação, e outra a maneira como o Universo evoluiu e que não tem nada a ver com religião.”
“Nós dizemos que tudo o que existe depende da vontade de Deus. Como é que isso foi feito, se foi feito mais tarde ou mais cedo, se começou com o big bang ou doutra maneira, isso é da física e não da religião.”

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Açores - Um mar tranquilo


Um mar tranquilo na ilha de São Miguel, no dia 5 de Junho de 2016, 15h33. E a sua tranquilidade tem como fruto a povoação lá em baixo, sinal de que o oceano não incomoda ninguém.

Covid-19 e Povo soberano


1.A pandemia do Covid-19 foi reconhecida em 11 de março de 2020, mas começou antes, aí por 20 de fevereiro. Já já vai um ano a marcar as nossas vidas com receios e muitas dúvidas. As vacinas rondam as nossas casas, mas ainda não recebi a ansiada convocatória para meu alimento de esperança.
Passo dias e dias a espreitar o telemóvel. Mas ele, por enquanto, nada me diz. Olho o céu, espraio horizontes, imagino liberdades, sonho com tranquilidades para mim e para os meus, mas apenas predomina uma quietude enfadonha, triste e chuvosa. É inverno aí está no calendário e na vida lutuosa de tantos. Chuva e frio proíbem sorrisos. Contudo, estamos vivos. No fundo, isso é que importa.


2.«Vejam a beleza e a riqueza desta simplicidade com que o povo faz valer a sua opção política, ora escolhendo um partido, ora outro, com naturalidade e determinação. E também com a convicção de que está a fazer o que deve, na hora própria, na certeza de que exerce um direito e de que o seu voto é absolutamente igual ao do Presidente da República ou de qualquer outro responsável.
O povo é soberano em democracia. O povo vota, o povo manifesta o seu contentamento ou descontentamento, o povo diz o que pensa, o povo protesta, o povo apoia, o povo retira o apoio, o povo diz, afinal, o que quer.
Em liberdade e ciente de que tem de ajudar a construir um futuro melhor para todos. Esta beleza e esta riqueza da democracia, que têm de ser mais valorizadas, já que estão em constante construção, precisam da ajuda de todos. Essa tarefa não acaba nas eleições.»

Escrevi isto em Fevereiro de 2005… depois dumas eleições

Fim do cristianismo na Europa? 1

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Quem nasceu num contexto de cristianismo tradicional talvez nunca se tenha dado verdadeiramente conta do que o cristianismo significou na história.

1 Na sua base, está Jesus de Nazaré, que nasceu uns quatro ou seis anos antes da nossa era - isto deve-se a um engano do monge Dionísio, o Exíguo, encarregado de estabelecer no século VI o novo calendário. Filho de Maria e de José, teve uma juventude despercebida, trabalhou duramente em vários lugares como artesão. Foi discípulo de João Baptista, por quem foi baptizado, mas fez uma experiência avassaladora de Deus como Abbá (querido Papá), que o chamava a anunciar e a testemunhar o seu Reino, o Reino de Deus, Reino da verdade, da justiça, do amor, da alegria para todos. Uma notícia boa e feliz. A vida pública foi curta.
Em Jesus, o Reino de Deus estava actuante. Preocupou-se com a saúde das pessoas, com que não passassem fome. Curou doentes, física e psiquicamente doentes. Comia com prostitutas e pecadores públicos. A causa de Deus é a causa dos seres humanos e, por isso, proclamava com os profetas estas palavras postas na boca de Deus: "Ide aprender: eu não quero sacrifícios, mas justiça e misericórdia." Ousava declarar: "O Sábado é para o Homem e não o Homem para o Sábado": a saúde, a justiça, a misericórdia, estão acima do culto. Por isso, entrou em conflito com o Templo, os sacerdotes, os escribas, os doutores da Lei... Assim, Jerusalém e Roma uniram-se, numa coligação de interesses religiosos e imperiais, para o crucificar. Ele podia ter negociado, mas não: foi até ao fim, para dar testemunho da Verdade e do Amor.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Recordações e saudades


1. Hoje, numa rápida revisão ao meu blogue, à cata de alguma falha, que as encontro sempre que procedo a este exercício, pude evocar o que escrevi quando saí de um internamento para tratar os ouvidos, de que padecia. Recuperei um pouco, mas perdi, para sempre, 30% da minha capacidade auditiva. Foram 12 dias de tratamentos e exames feitos por considerados especialistas da época, os tais que procediam a implantes cocleares. Crianças surdas que passaram a ouvir e com quem me cruzava nos corredores do hospital, assistindo às suas naturais brincadeiras. Ali fui assistido, diariamente, também pelo meu médico assistente, que nunca deixou de me animar. Reli o que então escrevi quando regressei a casa, em Fevereiro de 2006. Como me soube tão bem reviver as ótimas impressões que encheram os 12 dias que passei no Hospital dos Covões. E como gostei de ver a homenagem prestada ao poeta António Aleixo.



2. Começou anteontem a Quaresma. Participei, via Facebook, à cerimónia da bênção e imposição das cinzas, a que presidiu o nosso prior, Pe. César Fernandes, que celebrou como se a Igreja Matriz estivesse cheia de fiéis. Com a mesma dignidade como se impunha. E tive saudades dos irmãos na fé. Pela minha mente passaram rostos conhecidos, sorrisos de amigos, palavras de tantos à entrada e saída do templo. Realmente, sempre participei nesta minha comunidade nas mais diversas celebrações. Conheço a Matriz desde menino e assisti a diversas obras de adaptação, renovação e conservação. Mas a minha Igreja também, e sobretudo, são os crentes que a enchem e lhe dão vida. E por isso senti saudades. O regresso, se Deus quiser, estará para breve.

Fernando Martins

Convertei-vos e acreditai no Evangelho

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo I da Quaresma 

«Jesus vence a tentação e rasga horizontes ao nosso peregrinar. É livre, confirma o baptismo recebido, adere confiadamente ao projecto de Deus Pai. Como Ele estamos em trânsito no deserto da vida. A meta já se vislumbra. Ele já a viveu na sua Páscoa. Para lá caminhamos seguindo os seus passos. A isto nos convida o tempo quaresmal que a Igreja nos propõe.»

É impressionante o que acontece a Jesus, após o baptismo. Imediatamente, se dirige ao deserto onde fica quarenta dias. Fá-lo “impelido” pelo Espírito Santo que sempre o acompanhará ao longo da sua missão. Mc 1, 12-15. Também a nós o Espírito nos conduz ao deserto e nos faz ver as tentações que nos habitam: “eu sei, eu posso, eu tenho; .., as tentações de não olhar, de fugir, de dissimular e esconder, de não ouvir o que não nos agrada”. Sempre o meu eu referencial.
É esclarecedor e provocante o motivo que o leva ao deserto: ser tentado por Satanás, a figuração por excelência das forças do mal. A tentação assalta-o ao longo de quarentas dias, o tempo da sua estadia entre animais selvagens, com os quais convive em harmonia. Vencida a tentação, surge o apelo/exortação: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho”
O deserto e a tentação surgem como metáforas da realidade humana. Hoje, revestem as formas da nossa situação histórica e social, da nossa cultura fragmentada e subjectivista, da nossa economia precária e subjugada, da nossa religião predominantemente pendente do gosto do “cliente” e das tradições.

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue