domingo, 26 de julho de 2020

Quem foi Frei Mateus Peres, O.P.?

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

 Frei Mateus Cardoso Peres (1933-2020) FOTO: ORDEM DOS PREGADORES


"Figura internacional da Ordem dos Pregadores, Frei Mateus Cardoso Peres (1933-2020) foi membro activo de um grupo de grande relevo na renovação do catolicismo português e é um dos teólogos de contribuição mais original na renovação da teologia moral na Igreja portuguesa no pós-Concílio Vaticano II."


1. A crónica projectada para este Domingo – a última antes das férias – inspirava-se numa passagem bíblica do Primeiro Livro dos Reis. É muito bela. Salomão reconhece os seus limites para ser um bom governante. Pede a Deus um coração cheio de entendimento para governar o Seu povo, para discernir entre o bem e o mal. Esta oração agradou ao Senhor, que lhe disse:
“Já que me pediste não uma longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sim o discernimento para governar com rectidão, vou proceder conforme as tuas palavras: dou-te um coração sábio e perspicaz, tão hábil que nunca existiu nem existirá jamais alguém como tu.” [1] Quem dera que não só D. Trump e Bolsonaro, mas muitos outros governantes, renunciando ao espírito de dominação, fossem guiados por um coração sábio, perspicaz e hábil!
Quando ia começar a crónica deste Domingo, tive de mudar o seu rumo. Morreu, na passada segunda-feira, um confrade do Convento de S. Domingos que nos acolhe, o Frei Mateus Cardoso Peres (1933-2020). Pelo muito que lhe devo, vou deixar, aqui, algumas palavras de agradecimento.

sábado, 25 de julho de 2020

Paz entre as religiões, paz entre as nações

Crónica de Anselmo Borges 


1) A Basílica de Santa Sofia, em Constantinopla (Istambul), inaugurada pelo imperador Justiniano no século VI e dedicada a Cristo, Sabedoria de Deus, foi durante quase mil anos o maior templo cristão, impondo-se pela sua beleza e majestade. Muitos que lá entraram e contemplaram a cúpula, com 55 metros de altura e 30 de diâmetro, e o Cristo Pantocrator a olhar do alto disseram ter feito uma experiência do Céu.
A sua história tem sido atribulada. Foi realmente durante quase um milénio (537-1453) o santuário mais significativo da cristandade; a seguir ao Grande Cisma (1054), tornou-se a igreja mais importante dos cristãos ortodoxos, que os católicos, no tempo das cruzadas, conquistaram e dominaram (1204-1261); depois, durante quase 500 anos (1453-1931), tornou-se, com a conquista de Constantinopla, a mesquita "imperial" mais importante do islão, tendo Constantinopla passado a chamar-se Istambul, pois era tal o esplendor e a força de Constantinopla que não se dizia "ir a Constantinopla" mas "ir à cidade" (em grego: eis tên polín). Em 1931, depois da dissolução do império otomano, Mustafá Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna, como sinal da laicidade do Estado, dessacralizou-a e transformou-a num "museu oferecido à humanidade", aberto ao público em 1935 já com os vitrais e os ícones cristãos, que tinham sido cobertos com gesso, porque o islão proíbe as imagens, e, em 1985, declarado património mundial da Humanidade pela UNESCO. O actual presidente da Turquia, Recep Erdogan, decretou, no passado dia 10, que voltasse a mesquita, recomeçando a ser lugar de oração a partir de ontem, dia 24. Entretanto, o governo turco assegurou que terá os mosaicos com imagens cristãs tapados durante as orações e que continuará aberta ao turismo, nacional e estrangeiro, com entrada gratuita (até agora, as visitas rendiam 50 milhões de euros anuais).

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Ouvir com o coração

Crónica de Flausino Silva 
publicada no "Correio do Vouga"


No passado dia 11 celebrou-se o dia de São Bento, Padroeiro da Europa. São Bento de Núrsia, assim referido por ali ter nascido no seio de uma família abastada, exerceu, com a sua vida e a sua obra, uma influência fundamental no desenvolvimento da civilização e da cultura europeias.
Tendo fundado uma das maiores ordens - a Ordem dos Beneditinos -, São Bento de Núrsia foi o criador de um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica, a Regra de São Bento, autêntico compêndio de prática de vida e de espiritualidade.
Num tempo em que se fala tanto da Europa por múltiplas e menos boas razões - pandémicas, económicas, sociais, migratórias e políticas - em que se pressente o ressurgimento e o regresso a egocentrismos nacionalistas e populistas, falar da vida e da importância de São Bento é uma ousadia.
Temos sido fustigados, desde há anos a esta parte e mais intensamente nos últimos tempos, por insidiosas ideias, princípios e decisões de índole secularista, rejeitando toda a influência da Igreja na esfera pública, empurrando-a para dentro dos templos e confinando os assuntos religiosos à esfera privada dos indivíduos.

Cheio de alegria, agarra-se ao tesouro

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVII do Tempo Comum

Parábola do Tesouro Escondido - Rembrandt
"Feliz o homem que tem a sorte de achar o tesouro da sabedoria e, 
ainda mais feliz, se o mantiver, fizer crescer e irradiar"

Atitude decidida e coerente, fruto de um coração inteligente e de uma vontade determinada. Atitude assumida com firmeza pelo homem que passa no campo e sente o seu olhar “golpeado” pelo brilho de um tesouro. Atitude emblemática de tantas outras que, ao longo dos dias, somos chamados a considerar e fazer nossas. Mt 13, 44-52.
O homem da parábola concentra todas as energias na realização da maior aventura da sua vida: obter a preciosidade vislumbrada. Definida a meta dos seus desejos, reorganiza e reordena todas as suas rotinas, reelabora a sua escala de valores, redimensiona a distribuição do tempo. Nestas diligências, sente o seu ânimo transbordar de alegria e toma decisões arriscadas.
Por isso, prossegue sem demora o seu plano de acção: pôr a salvo o tesouro descoberto, desfazer-se dos bens a fim de conseguir a importância indispensável à compra, adquirir o campo onde está o achado. Em todo este processo, uma confiança revigorante galvaniza as suas forças anímicas e energias espirituais.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Maria João Pires celebra aniversário



Evoco hoje, 23 de Julho, dia do seu aniversário, a pianista Maria João Pires, porventura a maior pianista portuguesa do século XX. Nem sempre compreendida, é bom saber que foi uma menina prodígio, como pode ser lido na bonita história, cuja leitura recomendo. 

quarta-feira, 22 de julho de 2020

VIVA A RIA




Viva a Ria, pois então... Na hora do descanso... 13 horas, mais minuto menos minuto. Logo mais, pela fresquinha, será muito diferente.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Chaves - Ponte romana com ou sem carros?

Doze anos depois, 
ponte romana de Chaves voltará a ter carros? 
Os cidadãos vão votar 



Tribunal Constitucional já deu luz verde para a realização de um referendo local. Ponte romana pedonalizada em 2008 poderá voltar a receber veículos ligeiros? Os flavienses vão decidir no dia 13 de Setembro... Li no PÚBLICO.

NOTA: Não tem conta o número de vezes que passei por esta ponte com séculos de história. De pé e de carro, lendo com alguma frequência a inscrição que atestava a sua vetusta idade. E depois procurei saber um pouco mais da presença dos romanos por aquelas bandas. Já lá vão muitos anos, também, sem possibilidades de voltar a uma terra onde, com toda a família, fui muito feliz. 
Apesar deste relacionamento com Chaves, desconhecia que a ponte estava vedada ao trânsito automóvel, decerto por razões de segurança, mas ainda por respeito à sua idade.Os flavienses saberão decidir para bem de todos. 

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