domingo, 7 de junho de 2020

Desconfinados e desmascarados

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Claro que precisamos da devida “distância social” e do confinamento apropriado e, evidentemente, também e sobretudo, da máscara. Para preservarmos a saúde, a nossa e a dos outros. Podemos contagiar-nos uns aos outros e somos responsáveis uns pelos outros. Quem é cristão tem uma razão suplementar para isso: segundo os Evangelhos, um dos interesses e preocupações maiores de Jesus foi a saúde das pessoas. Por isso, não entendo aquele debate à volta da comunhão na mão ou na boca, havendo quem invoque razões para a comunhão na boca. Sempre fui contra a comunhão na boca, pois só damos de comer na boca às crianças. Agora, ainda mais se impõe a comunhão na mão, por causa da preservação da saúde. Ah!, e para quem continua a propugnar a comunhão na boca: não é verdade que provavelmente há línguas mais sujas do que as mãos? 
Mas não foi este tema que me motivou hoje. A questão é mais funda. O que provoca a minha reflexão de hoje são outros confinamentos e outras máscaras, ficando a crónica de hoje para os desconfinamentos e a da próxima semana para os desmascaramentos. Desconfinados e desmascarados. 

1. Como a gente se sente mal no confinamento! Mas, ao contrário do que pensamos, andamos e somos demasiado confinados, no sentido de auto-centrados, e, por isso, pobres, se não paupérrimos. Afinal, na contradição de nós. Vejamos. 
Uma vez, uma antiga aluna pediu-me para ir à escola onde agora lecciona, para fazer uma palestra sobre o umbigo, esperando ela que fosse falar sobre o egoísmo, o individualismo. Cheguei lá e fui mostrando aos jovens que é verdade que essa expressão de “voltado, voltada para o seu umbigo” é vulgarmente usada com esse sentido. Mas em contradição com o próprio umbigo. De facto, o umbigo é em nós a marca biológica de que não vimos de nós, vimos de uma relação, não somos a nossa origem. 
Outra vez, uma outra estudante queria uma nota melhor. Para isso, até escreveu um trabalho sobre ética. Na defesa, perguntei-lhe: “Se houvesse uma única pessoa no mundo, como seria um tratado de ética?”. E ela: “Nem sequer se punha a questão ética, porque essa ‘pessoa’ não sabia que era ser humano.” E teve a boa nota que queria.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Dia Mundial do Ambiente

Ria - Costa Nova

Praia da Barra

Floresta
O Dia Mundial do Ambiente celebra-se hoje, 5 de junho, com a finalidade de promover o cuidado que devemos ter com a natureza e com tudo o que nos cerca. Preservar e cuidar devem ser os verbos que nos indicam caminhos certos... nessa tarefa que é de todos e para todos. 
Esta celebração nasceu em 1972 e tem de continuar porque todos sabemos que imensa gente, infelizmente, não tem nenhum respeito pelo ar que respiramos, pela floresta que é o pulmão do mundo, pelo mar que é fonte de vida e de pão para muitos, e por tudo o mais que nos rodeia e nos enriquece com beleza, arte e alegria.
Importa construir um futuro para uma humanidade mais sensível ao bem e ao belo, mais solidária e participativa, começando por iniciativas integradoras e estimulantes, tendo sempre nos horizontes um mundo novo  a partir de uma sociedade em constante renovação.

F. M. 

Flor no deserto


A flor fugiu do jardim para viver no deserto. Os eremitas eram mestres da meditação, só possível, em plenitude, na opinião de muita gente, longe do burburinho do mundo. 

Tanto amou Deus o mundo

Uma reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa da Santíssima Trindade



“Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigénito para que todo o que n’Ele acredita não pereça, mas tenha a vida eterna”

Jesus atende Nicodemos ao cair da noite e abre horizontes novos ao círculo fechado das suas dúvidas e perplexidades. Fazem um diálogo de consciência acerca de Deus e da consequente relação humana. Passam dos sinais – ditos, ensinamentos e milagres – que manifestam as intenções de Jesus, o enviado de Deus, à necessidade de ver com olhos novos essa realidade, de a compreender no seu alcance anunciador, de a assumir como presença do Reino de Deus já em movimento. Jo 3, 16-18.
É no decorrer deste diálogo profundo e interpelante que Jesus faz a solene declaração: “Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigénito para que todo o que n’Ele acredita não pereça, mas tenha a vida eterna”. E desvenda outra dimensão desta entrega: Para que o mundo seja salvo por Ele e não condenado. Jesus deixa a claro o que está em causa: o amor de Deus Pai, o sentido da missão do Filho, o valor do baptismo fruto do Espírito Santo a ser enviado e da água – berço da vida nova.
Nicodemos, homem culto e influente, fica admirado e pergunta: “Como é que isso pode acontecer?” E Jesus lança-lhe outro desafio com “ares” de censura: Acreditar nas coisas do céu que se revelam de modo especial no grande sinal, o do Filho do Homem ser levantado na cruz salvadora, como havia feito Moisés com a serpente no deserto.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Geometria agreste



O vento varreu o areal e deixou à vista de quem passa uma geometria agreste.

“Não queremos esconder nada”

Posse da Comissão Diocesana 
para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis

Bispo de Aveiro e Vigário-geral da Diocese 
“Não queremos esconder nada”, afirmou D. António Moiteiro na tomada de posse da Comissão Diocesana para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis (CDPMPV), que decorreu no dia 1 de junho, numa sala do Paço Episcopal (antigo Convento do Carmo), em Aveiro. “Queremos ajudar todos, em primeiro lugar as vítimas, mas também o abusador, que às vezes também é vítima”, prosseguiu, salientando que a comissão é uma consequência da “fidelidade ao Evangelho”, que exige “amor à verdade”.
A CDPMPV foi criada para “escutar, registar e agir” em casos de abusos sexuais sobre menores e pessoas vulneráveis por parte de pessoas ligadas à Igreja Católica, sejam padres, agentes pastorais como catequistas, animadores juvenis e escuteiros, ou outros responsáveis eclesiais. Por “menores”, como explicou o Bispo de Aveiro, entende-se os que têm menos de 18 anos; já a expressão “pessoas vulneráveis” inclui, independentemente da idade, portadores de deficiência, pessoas com a liberdade por algum motivo condicionada e pessoas “sem capacidade de entender, querer ou resistir” aos atos de abuso.

Comissão 

Dr. Mário Silva Tavares Mendes, Juiz conselheiro jubilado
Dr. Nuno Álvares de Castro Ramos Pereira, Psiquiatra
Dr.a Mónica Pedreiras da Cruz, Inspetora da PJ
Dr.a Ana Paula Hipólito de Carvalho , Educadora de infância
Dr. Ricardo Vara Cavaleiro, Advogado

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