domingo, 1 de março de 2020

O Douro fica sempre na alma de quem o visita

De um passeio ao Douro 
11 de Setembro de 2008



“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho…
Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.”

Miguel Torga, 
in “Portugal”

Ler o que então escrevi aqui 

Ares de Inverno - O triste-belo


Os ares de inverno, com frio e chuva, ofereceram-me esta imagem com o seu quê de expressivo. Sinto a invernia, que tarda em desaparecer, mas é possível perceber o triste-belo, 
Bom domingo.

Não bastam palavras


"O documento do Papa é longo e magnífico em quase tudo. Para não ficar só em palavras, precisava de uma decisão urgente que não aconteceu."

1. As concepções de Igreja que deformaram o Evangelho de Cristo, durante séculos, foram muito alteradas no Vaticano II (1962-1965), mas não foram apagadas. Tiveram muitas reaparições depois, como aliás já comecei a referir no Domingo passado. Por exemplo: o cardeal Jan Pieter Schotte (1928-2005) foi, no pontificado de João Paulo II, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos de 1985 até 2004. Ao falar do Direito Canónico já revisto, declarou: “Não vos enganeis, na Igreja católica, um pároco não tem de prestar contas a ninguém salvo ao seu bispo; um bispo não tem de prestar contas a ninguém salvo ao Papa; o Papa não tem de prestar contas senão a Deus.” Uma declaração destas justifica a observação de Bergoglio, segundo a qual “o clericalismo engendra uma divisão no corpo eclesial”.
O citado cardeal continuou, mesmo depois do Vaticano II, dependente da ideologia do Papa Pio X que, em 1906, descreveu a Igreja como uma “sociedade de essência desigual que compreende duas categorias de pessoas: os pastores e o rebanho. (…) Essas categorias são tão claramente distintas entre si que só no corpo pastoral residem o direito e a autoridade necessários para promover e dirigir todos os membros rumo às finalidades sociais; e que a multidão não tem outro dever senão o de se deixar guiar e de seguir, como um dócil rebanho, os seus Pastores”.

O Sagrado e suas configurações (2)

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Dou continuação à crónica da semana passada.
A pessoa religiosa refere-se sempre ao Sagrado, à Ultimidade, que, pela sua própria definição, não pode alcançar, menos ainda dominar ou possuir. Percebe-se, pois, que o Sagrado seja figurado e representado de múltiplas formas.

1. Uma das figuras ou representações é a de o Ser supremo. Aparece, portanto, como o Deus celeste, criador e senhor das criaturas.

2. Quanto ao politeísmo (vários deuses e deusas), houve quem o interpretasse como uma degenerescência ou queda do monoteísmo. De facto, é preciso saber que o monoteísmo em sentido estrito é recente, mas isso não significa que haja religiões propriamente politeístas. Penso que o politeísmo é sobretudo a atribuição da Força divina originária a várias divindades, que aparecem como suas "personificações". Atente-se, por exemplo, no politeísmo grego e romano, talvez os mais conhecidos.

3. No quadro de tentativas de compreensão do mal, surgiram representações dualistas - pense-se no mazdeísmo, gnosticismo e maniqueísmo. Mas dificilmente se poderá dizer que haja um verdadeiro dualismo no sentido de dois princípios simétricos e supremos. Pode é dar-se uma espécie de luta no interior do Uno, com expressão no mundo e na História, que seriam a continuação desse combate a caminho da reconciliação e da vitória do Bem. No fim, o Bem triunfará.

Gafanha da Nazaré - Pesca do Bacalhau



Fonte: Arquivo do Distrito de Aveiro - 1935

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Teresa Machado deixou-nos o seu exemplo de tenacidade

Teresa Machado com seu filho e Rosa Mota na Junta de Freguesia, onde foi homenageada
Faleceu hoje a atleta olímpica Teresa Machado. Todos ficámos mais pobres, mas o seu exemplo de tenacidade e espírito de vitória permanecerão connosco, os que tivemos o privilégio de a conhecer e admirar. Perdemos nós e perdeu o desporto nacional, porque uma campeã deste nível não surge todos os dias... Apesar dos limitados apoios e dos parcos recursos de treino, Teresa Machado atingiu pódios só alcançáveis pelos maiores do mundo. Valeu-lhe, garantidamente, também, o saber e o incitamento do seu treinador, Júlio Cirino, que soube indicar-lhe as portas dos grandes êxitos. 
Neste momento de luto, sentimos ser nossa obrigação desejar que a semente dos seus triunfos crie raízes e cresça nesta terra, e não só, onde nasceu para a vida e para o atletismo, apostando forte em atingir altos voos à custa de uma determinação cujos limites só estariam ao alcance dos atletas privilegiados. 
Aos familiares, em especial seu marido e filho, apresentamos sentidas condolências.

NOTA: O funeral realiza-se no domingo, 1 de março, na Gafanha da Nazaré, pelas 11 horas.

Ler entrevista que me concedeu em 2009

Ler sobre a homenagem

A CAMINHO DA PÁSCOA

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Primeiro Domingo da Quaresma 


DE CORAÇÃO PURIFICADO, ACOMPANHEMOS JESUS

“A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas pessoas que sofrem”, afirma o Papa Francisco na mensagem para a Quaresma que estamos a viver.
Ao longo dos próximos domingos iremos meditando diversos passos do percurso feito por Jesus até Jerusalém onde é condenado como malfeitor pela autoridade romana e, na manhã de Páscoa, ressuscitado por Deus Pai como o vencedor da morte por amor.
Hoje, a liturgia apresenta-nos o Evangelhos das tentações. Mt 4, 1-11. Após o baptismo, ainda antes de iniciar a missão pública, Jesus vê confirmada a sua dignidade de Filho de Deus que o Tentador questiona e pretende comprovar.
Mateus – o narrador do episódio – elabora um diálogo atraente, que é uma verdadeira catequese, sobre como proceder perante as tentações. O Papa Francisco diz que com o diabo não se dialoga, mas responde-se com a Palavra de Deus. Assim faz Jesus.

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