quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Para não esquecer Aleixo

Vinho que vai p'ra vinagre
Não retrocede o caminho
Só por obra de milagre
Pode de novo ser vinho

Vós que lá, do vosso império
Prometeis um mundo novo
Calai-vos que pode o povo
Querer um mundo novo, a sério!

Aquele que trabalha e come,
Não come o pão de ninguém.
Mas quem não trabalha e come,
Come sempre o pão de alguém!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Evocando um escritor que muito apreciei


António Alçada Baptista nasceu neste dia do ano 1927. Oriundo da Covilhã fixou-se em Lisboa onde desenvolveu intensa atividade cultural, em especial depois de pôr de lado a advocacia. Começou a escrever com notoriedade na década de 70 do século passado. E eu comecei a lê-lo nessa altura, graças à fama que o seu primeiro livro, “Peregrinação Interior – Reflexões sobre Deus”, suscitou no mundo  livreiro. 
Aquele primeiro livro despertou em mim imensa curiosidade por abordar um tema, “reflexões sobre Deus”, que sempre me entusiasmou. O  mesmo aconteceu com os demais que escreveu e que li com avidez. Depois, não mais deixei de o ler e reler, chegando a recomendá-lo  a bons amigos, alguns muito jovens. Para além dos livros, que ocupam um lugar especial nas minhas estantes, não perdia as suas crónicas, dispersas por revistas e jornais e, se bem me lembro, também na rádio e na televisão. 
Apreciava neste escritor o sentido intimista da vida, graças ao dom que possuía de grande memorialista que sobressaía na sua escrita. As suas personagens tornaram-se próximas na minha vida. E ainda viajei com Alçada Baptista sentado e debruçados sobre os seus romances,  com tal realismo que ainda hoje me encantam com a força da sua simplicidade  e originalidade. 
Lembro, por exemplo, que no Dia de Portugal, Camões e das Comunidades, de que foi o principal orador, em Chaves, defendeu a alteração da letra do Hino Nacional, porque não fazia sentido “lutar contra os canhões”, e noutra livro entendeu que a conhecida oração, “Salve Rainha”, precisava de ser alterada, porque este mundo não é um “vale de lágrimas” nem “um desterro”. 

Nesta data, em que evoco o nascimento de um escritor que tanto me entusiasmou, ocorreu-me oferecer aos meus leitores uma história retirada de um dos seu livros. Aqui fica. 

«O meu querido Raul Solnado quis ser simpático com o filho de um amigo, um rapaz de 23 anos. Achou que se devia interessar pelas suas preocupações. Disse-lhe: 
— Então, rapaz, tens lido alguma coisa? Gostas de ler? 
Ele pensou só um bocadinho e respondeu: 
— Evito.»

Rua Francisco Xavier entrou em obras


A Rua Francisco Xavier entrou hoje em obras. Diz assim o aviso da CMI: 

«A Câmara Municipal de Ílhavo vai dar início, hoje, dia 29 de janeiro, à execução das obras de reparação da conduta de águas residuais da Rua Francisco Xavier, na Gafanha da Nazaré. 
A empreitada tem a duração de 2 meses, a partir desta data, e um investimento de 74.800 euros, permitindo restabelecer as condições adequadas à circulação naquele importante arruamento. 
Neste sentido, a Rua Francisco Xavier terá a circulação rodoviária condicionada ou suspensa, indicando-se, no local, percursos alternativos, em especial através dos arruamentos envolventes ao troço sujeito às obras, sendo ainda garantidos acessos provisórios às habitações.» 

A partir do que li e esperava há muito, penso que teremos de refletir um pouco sobre os arruamentos das nossas terras. É evidente que eles são fundamentais à vida de toda a gente. Imaginem o que seria se não possuíssemos facilidades de ligações uns com outros, dentro ou fora da nossa freguesia! O caos seria catastrófico. Imaginem também os estragos que provocam os arruamentos esburacados e de pisos irregulares nas viaturas que passam, quantas vezes apressadas! 
A estrada Francisco Xavier é a primeira ligação entre o centro da Gafanha da Nazaré e as demais Gafanhas do concelho de Ílhavo. Isto quer dizer que esta rua, em especial, devia merecer das nossas autarquias um cuidado especial.  Deixá-la cair na situação de Pavimento Degradado é muito grave. A meu ver, claro. 

F. M. 

NOTA: Foto da CMI

Filarmónica Gafanhense - Concerto na Igreja Matriz

2 de fevereiro 
16 horas 


A Orquestra Filarmónica Gafanhense vai apresentar um concerto no dia 2 de fevereiro, às 16 horas, na Igreja Matriz, para todos os amantes da música, a rainha das artes, na opinião de muitos. Todos estamos convidados a participar.
Este convite é um desafio a cada um dos gafanhões, e não só, para se deleitarem com a harmonia da nossa filarmónica, que passa por fase de grande crescimento aos mais diversos níveis. E se dirigentes, maestro, professores e executantes se têm esforçado para nos oferecerem boa música e posições de relevo, cabe-nos a obrigação e o gosto de os aplaudirmos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

AMOUR - Um filme para meditar...



Ontem, na RTP2, revi o filme Amour, de Michel Haneke, contemplado com vários prémio. Vi-o na altura do seu lançamento por sugestão da notoriedade que alcançou. 
Nos papéis principais, distinguiram-se Jean-Louis Trintignant, nascido em 1930 e, ao que suponho, ainda vivo, e Emmanuelle Riva (1927-2017). 
Tal como da primeira vez, gostei do filme. Marido e esposa eram professores de piano já retirados do ensino, mas com memórias que marcavam os seus quotidianos. A esposa, atingida por doença grave, provavelmente um AVC, acamada e dependente do marido, vai definhando, olhar perdido e sem futuro. Perde o gosto pelo que a rodeia, mas ainda consegui pedir a um ex-aluno, pianista, que visitou o casal, que interpretasse  uma melodia dos primeiros tempos da aprendizagem. E a indiferença recai, inevitavelmente, sobre a professora. 
O marido, com uma serenidade impressionante, é o seu apoio de todas horas, dia e noite. O agravamento da doença exige profissionais assíduos. E a filha única visita os pais, mas leva como temas de conversa os seus problemas do dia a dia. Soluções não estão nos seus propósitos. Há mais que fazer...
Deixo o final dramático para quem quiser e puder ver o filme. Os dramas são terríveis. É o dia a dia de um casal de idosos no fim da sua existência terrena. Tal como decerto os temos nas sociedades atuais. Solidão, abandono, sofrimento, desespero  e morte.

Fernando Martins

SNS - Uma grande aposta da nossa democracia


O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi uma grande aposta da nossa democracia. Importa dizê-lo para que tomemos a peito a obrigação  de o divulgar, sublinhando o que tem de meritório. Haverá falhas e algo a melhorar, como em qualquer serviço público ou privado. Utilizo-o quando preciso, embora tenha alternativas no privado, mas não posso deixar de reconhecer que, como português, me orgulho desta extraordinária conquista de Abril. 
Vem isto a propósito do atendimento de que tenho beneficiado nos últimos tempos para tratar de um problema oftalmológico dispendioso e urgente. A visão é importantíssima, todos o sabemos, mas nem sempre apreciamos as pessoas cegas que são capazes de viver o dia a dia normal, adaptando-se às circunstancias com recurso a diversas tecnologias, podendo ver a vida com os olhos de outras sensibilidades e sentidos. 
Tenho um amigo no Facebook, arqueólogo, historiador, escritor e guia turístico que me deu, nas férias, em São Pedro do Sul, uma excelente lição de história e de adaptação às circunstâncias. Só descobri que era cego quando alguém pretendeu ajudá-lo a mudar de sala. E de vez em quando lá está a manifestar o seu interesse sobre o que se escreve no FB. 
Voltando ao SNS, que hoje me atendeu e tratou no Hospital de Águeda, quero salientar o acolhimento, a atenção, a simpatia e os cuidados dos médicos, enfermeiros, técnicos e demais funcionários de serviço, sentindo, da parte de todos, a assunção plena, das suas tarefas profissionais e humanas. O meu bem-haja. 

Fernando Martins

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Domingo muito agradável




O fim de semana que acaba de ficar para trás foi muito agradável para mim. Ainda bem que tal aconteceu para me sentir reanimado. A modorra mata e eu amo a vida. Culminou com uma passagem pela Costa Nova do Prado, apenas conhecida por Costa Nova. Afastando-me das ruas apinhadas de carros, com estacionamentos bem cheios, dirigi-me para o encanto da Ria de águas límpidas a meus olhos e nitidamente serenas. Do outro lado, as silhuetas do casario das Gafanhas completavam a paisagem. E por ali fiquei a olhar os horizontes sempre apetecíveis. Voltei-me para as casas para turista apreciar e percebi o fascínio que este recanto suscita em todas as pessoas.

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue